TBA
Hoje, completam-se sete dias desde a partida de Conceição, uma figura que, apesar de ter sido frequentemente esquecida e negligenciada, deixou marcas profundas em nossa cidade. Conceição, mais conhecida como TBA, foi muito mais do que uma mulher que enfrentou as limitações de sua deficiência. Ela foi um símbolo de resistência, de simplicidade, e de uma força silenciosa que, de uma forma ou de outra, permeava o imaginário e o folclore de todos nós.
Por décadas, ela caminhou pelas nossas ruas, observando as mudanças, testemunhando gerações passarem, sempre com um sorriso ingênuo e aquele olhar que parecia enxergar além do que podíamos ver. Sua presença, embora muitas vezes invisibilizada, era parte essencial da alma desta cidade.
Há quem diga que TBA era parte das histórias que contamos aos nossos filhos, das lendas que moldam o que somos. E, ainda assim, quantas vezes nos esquecemos dela, quantas vezes ela foi ignorada por um sistema que deveria acolhê-la, quantas vezes ela passou despercebida aos nossos olhos? É doloroso lembrar que, em sua fragilidade, ela também carregava a solidão daqueles que vivem à margem, esperando por uma mão amiga que raramente chegava.
Hoje, fica o reconhecimento de que sua vida, aparentemente simples, foi de uma riqueza que só agora começamos a entender. Ela nos lembra da necessidade de olhar com mais cuidado para os esquecidos, para os que estão à margem, e de oferecer a dignidade que todo ser humano merece.
Que sua alma descanse em paz, e que o legado de Conceição, discreto mas poderoso, continue a nos inspirar a sermos mais humanos, mais atentos, mais compassivos.