24/09/77
Hoje 24.09 é o dia do aniversário do meu casamento com esta moça- ANA MARIA- que tinha, no rosto, uma alegria permanente e um sorriso que encantava a todos. A mim, então, encantou-me desde a primeira vez que a vi num baile de Carnaval, no longínquo ano de 1971, no Clube Apolo de Cacequi. Nos casamos, tivemos filhos, tomamos cerveja no Bar do Moacir, nos verões de Capão Novo. Fomos a muitos outros bailes de carnaval e todos repetiam o fascínio daquele, no qual, trocamos o nosso primeiro olhar. Ficamos juntos muitos anos os quais, foram os melhores de minha vida. Fomos muito felizes, até que no dia 03.11.2020, abraçada em mim, ela partiu para sempre, para o mundo do desconhecido e do misterioso deixando o meu coração com um vazio enorme e, por isto, mais triste e totalmente solitário. Fica a certeza que nunca ninguém ocupara o seu lugar porque pessoas, como ela, são insubstituíveis e os momentos vividos por nós nunca poderão ser repetidos. Para comemorar o nosso dia, deixo-lhe esta poesia feita em uma noite em que tomávamos uma Polar Sport bem gelada, no Bar Walter, em Porto Alegre.
VISITA
Chegastes em minha vida,
como uma brisa mansa
após um temporal pampiano...
e desde então minhas manhãs são claras,
meus dias tem muitos sóis
e minhas tardes se tingem de mil cores
para saudar os meus crepúsculos.
As minhas noites sempre têm luas
daquelas que por tão claras e
por tão lindas, nos prendem o olhar aos céus
e nos permitem ver, na terra, o balançar dos pastos.
E tens permanecido, assim como minha luz,
a me apontar caminhos e a me afastar das sombras,
como um farol a orientar os nautas.
ou como um sinal secreto a me mostrar os rumos,
como uma bússola a me apontar o norte,
ou como um raro amigo a me ofertar a mão.
E sei, que por fatal destino,
um dia eu me apartarei de ti.
Por tu partires ou por eu partir.
mas haverá de ficar entre nós dois,
um livro aberto para contar a história.
A tua história, na qual fui personagem,
vassalo, ou servidor, talvez teu pagem
e a minha história na qual tu foste rainha.