Okê Arô, Oxóssi

Na floresta do meu peito,

Ecos de flechas ressoam,

Oh, caçador das noites claras,

Teu olhar que tudo abençoa.

Okê Arô, oh Rei da mata,

Coroado de folhas e lua,

Tua dança em silêncio fala,

Com a força que a terra cultua.

Em cada folha que dança,

Em cada fruto que brota,

És o guardião da esperança,

Aquele que nunca se esgota.

Teu arco é a curva do vento,

Tua mira, o destino traçado,

Na trilha onde sigo atento,

És o guia, o meu chamado.

Okê Arô, caçador dos sonhos,

Que na noite me faz descansar,

Em ti confio, sem medos medonhos,

Pois sei que estás a me guardar.

Salve, Oxóssi, rei de uma só palavra,

Aquele que conhece o coração da floresta,

Que nos ensina a cada alvorada

Que na simplicidade a alma se manifesta.

Okê Arô, meu senhor divino,

Em teus passos sigo, por teu caminho,

Que tua bênção seja o destino

De quem planta amor e colhe carinho.