RIO DA MINHA INFÂNCIA
Rio da minha infância!
Vermelho como sangue,
que, na minha mente,
mais ganhava relevância.
Ele não é mera água.
Pelo caminho, vai se revelando.
Cheio de peixes, vai resvalando.
Leva com ele as mágoas.
Das janelas da casa velha da Ponte,
bem dali, eu via tudo e te observava.
Vias estrelas e, da Lua, retrato tiravas.
Na imaginação, continuavas, por trás do monte.
O céu espelhavas, com perfeição.
De ti, acompanhava as fases lunares.
Nas lindas noites, os brilhos estelares
refletias. Eu contemplava com admiração.
Rio, que crescias, com águas das enchentes,
que se juntavam às águas mais velhas.
A uma vidraça, tu bem te assemelhas.
E fazes parte do imaginário das gentes.
Rio, que és misto do antigo com o novo.
Quando corres com força, muito carregas.
Sem cansaço, percorres inúmeras léguas.
Fazes parte da minha vida, da vida do povo.
Andas como andarilho, visto das casas e das ruas.
Ajudas nas nossas tarefas e a cumprir metas.
Durante o estio, mesmo escasso, completas
nossas vidas. Por ti, caudaloso, a canoa flutua.
O que seria das lavadeiras sem ti?
Como, em ti, se divertem as crianças!
De ti, sempre temos boas lembranças.
Promete, pra mim, que nunca irás partir!
Pertences a todas as gerações,
garantindo comida em muitas mesas.
Refletindo o azul do céu e as belezas.
Alegrando todos os corações.
Provas a força de um Deus Pai,
deixas mais feliz nosso dia a dia.
Não me negues essa alegria.
Por favor, não nos deixes jamais!
Revisora textual, Consultora literária, Membro da Academia Virtual de Poetas da Língua Portuguesa (AVPLP) - Acadêmica Titular do Brasil e de Portugal; Membro efetivo da U.A.V.I (União de Autores Virtuais Independentes); Acadêmica Imortal da Academia Mundial de Cultura e Literatura (AMCL), Imortal Fundadora da Confraria Internacional de Literatura e Artes (CILA) e Acadêmica da Academia Biblioteca Mundial de Letras y Poesía (ABMLP)
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Inspirado no tema "Tira retrato da lua", poema "Rio Vermelho", da poetisa Cora Coralina