DOCES RECORDAÇÕES
Voando nas asas do tempo
vou lá para minha infância,
quando as minhas preocupações
se resumiam em estudar, fazer as lições.
Paro aí... e me vem à lembrança
a caneta tinteiro Parker 51 de meu pai...
Eu o via escrever, segurando firme
e cuidadosamente entre os dedos.
Um dia, pedi que queria escrever com ela.
Ao segurá-la senti-me tão importante!
Tinha 10 ou 11 anos de idade, não mais,
e fiz com ela logo um verso...
Ao mostrar, ele sorriu, e disse-me
que quando a gente escreve,
tem que ser com o coração
pra ficar mais bonito... E isso eu fizera...
Fiz outros versos depois,
com aquela e outras canetas,
mas aquele momento
nunca mais esqueci...
O verso:
Não sei de que jeito
vou tirar do peito
essa amargura
que a meu pai tortura...
(Eu o ouvia dizer que andava amargurado...)