DOCES RECORDAÇÕES

Voando nas asas do tempo

vou lá para minha infância,

quando as minhas preocupações

se resumiam em estudar, fazer as lições.

Paro aí... e me vem à lembrança

a caneta tinteiro Parker 51 de meu pai...

Eu o via escrever, segurando firme

e cuidadosamente entre os dedos.

Um dia, pedi que queria escrever com ela.

Ao segurá-la senti-me tão importante!

Tinha 10 ou 11 anos de idade, não mais,

e fiz com ela logo um verso...

Ao mostrar, ele sorriu, e disse-me

que quando a gente escreve,

tem que ser com o coração

pra ficar mais bonito... E isso eu fizera...

Fiz outros versos depois,

com aquela e outras canetas,

mas aquele momento

nunca mais esqueci...

O verso:

Não sei de que jeito

vou tirar do peito

essa amargura

que a meu pai tortura...

(Eu o ouvia dizer que andava amargurado...)

SUELY RIBELLA
Enviado por SUELY RIBELLA em 11/08/2024
Código do texto: T8126223
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