Tributo ao amigo Assis

Ainda muito jovem, morei ao lado dele. Sua esposa foi minha professora, nessa época. Também foi ele um dos meus gurus. Me apresentou à MPB, às musicas internacionais, e a varias outras coisas. Era pescador amador e meu irmão se tornou seu fiel escudeiro. Tratava-nos como filhos ou sobrinhos. Depois, trabalhamos juntos, no Banco do Brasil, onde também foi meu "professor", sempre que oportuno. Mas foi justamente nesta época, que acabamos por trabalhar em turnos diferentes e isso nos afastou, uma vez que também já não éramos vizinhos. Assim foi minha relação com meu amigo Assis, quando eu engatinhava na arte de viver.

Na minha saída do último dia de trabalho, antes das minhas primeiras férias, no BB, nos "cruzamos" e fomos a um bar onde passamos horas rememorando desde minha infância, até os dias de então, passando inclusive por sua separação e nova família. Aquela foi um conversa muito especial, pois antes do meu retorno das férias, fui informado que meu amigo havia caído na Cachoeira de Santo Antônio, e seu corpo, não havia sido encontrado. A bem da verdade, nunca foi encontrado. Isso aconteceu no domingo de oito de julho de 1984, há exatos quarenta anos. Foi uma perda nunca superada. Lembro que um colega, o poeta Carlos França, escreveu um poema e postou no quadro de avisos "Celotex", algum tempo depois. E depois disso, quase ninguém falou mais dele. Mantenho amizade com sua primeira esposa, a minha professora. Embora quase nunca a tenha visto nesses anos todos que se passaram. Recentemente soube do falecimento um dos seus filhos, que fora meu vizinho. Prometi uma visita à família... ainda não cumpri essa promessa...

Apesar em tudo isso, em 1997, escrevi uma homenagem ao meu querido amigo. A exemplo do outro amigo, da poesia, também expus meu texto no "Celotex". Algum tempo depois o texto sumiu, o que é normal e sempre acontece. Por sorte, quando imprimi o tal texto, na primeira tentativa o mesmo não apareceu... "sumiu". Então repeti, ai, apareceram os dois. guardei um dentro de uma velha agenda.

Em 2007, "aliciado", por um amigo, entrei no Recanto das Letras. Foi aí que realmente publiquei aquela homenagem, que acabou por receber comentários de testemunhas reais do lamentável acidente.

Assis ainda não tem um túmulo... Mas tem muitos amigos que não o esquecem...

Assis!

 

 

Link: da homenagem de 2007