PAINHO
Não há quem no tempo apague
A minha saudade de ti,
Quem desfolhe ou que rasgue
As folhas da esperança
De um dia, de novo criança
Em teu colo, mansamente
Poder então me aninhar
E com ternura, dormir.
Não há mãos que, calejadas
Possam pela longa estrada
Da vida a me conduzir,
Deem-me mais segurança
Quais as tuas nesse devir
Que trago nessa lembrança
Quando ainda estavas aqui.
É possível que eu não lembre
Nem tua imagem direito
Mas o amor que tenho no peito
Esse, não deixa esquecer
Quando eu te ver no infinito
Dentre os anjos, o mais bonito,
Anjo retinto e bendito.
Irei te reconhecer...
Nina Costa, 24/06/2024
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.