OLHANDO O RIO, RECORDANDO SIDARTA

OLHANDO O RIO, RECORDANDO SIDARTA

O magistral Hermann Hesse, maravilhoso escritor alemão premio Nobel de Literatura de 1946, escreveu verdadeiros tesouros como Demian, O Lobo da Estepe, Sidarta e outros.

Sidarta foi o livro que mais me inseriu idéias geniais sobre o ser humano, Basicamente, o livro conta a vida romanceada de Sidarta Gautama, o Buda e sua busca de alcançar o Nirvana ou Iluminação, que seria um estado de total compreensão do universo onde alcançaríamos o Chakra Sahasrára, chamado de Lótus de mil pétalas, localizado no topo da cabeça!

Resumindo , em suas viagens em busca da perfeição, Sidarta cruza um rio em um barco e, em conversa com o barqueiro, nota que ele havia alcançado a Iluminação. O homem deixou como dica que era necessário observarmos o rio para crescer espiritualmente. Tempos depois, após vivenciar diversas experiências próprias do ser humano, tais como amar, trabalhar, crescer profissionalmente e outras coisas mundanas, Sidarta volta ao rio. O barqueiro, já velho, ensina Sidarta o seu ofício e deixa-o em seu lugar. Sem entender nada, Sidarta se ocupa do trabalho de ser o barqueiro, sempre observando o rio, não sabendo como alcançaria o Nirvana.

Sidarta, filho de um príncipe, saíra de casa onde tudo era perfeito, e após aguardar autorização do pai parte em busca de conhecer o mundo fora das muralhas do castelo. Com suas andanças conhecera os oito sofrimentos humanos, principalmente o envelhecimento, a doença e a morte. Descobrira também que se seguisse um líder iluminado dificilmente alcançaria a iluminação, uma vez tratar-se de uma experiência pessoal.

Então, ao final do livro, Hesse nos brinda com um texto que foi mágico de ler. Sidarta começa a sentir que o rio, à semelhança da vida e das pessoas, mostra-se calmo com águas tranqüilas, em outras ocasiões revolta-se e muda tudo, arrasta coisas, mata pessoas, leva tudo de roldão. O rio possui locais de remanso em que as coisas acontecem lentamente e cachoeiras terríveis que a água atinge velocidades altíssimas. À semelhança da vida. Sidarta então, atinge a total compreensão das coisas e sente uma tranqüilidade imensa e a paz que só os iluminados sentem.

É muita ousadia minha escrever sobre assuntos como esse, li esse livro há mais de 50 anos e carrego comigo essas lembranças e muitas outras dessa obra maravilhosa. Salve Hermann Hesse!

Paulo Miorim, 29/02/2024

Paulo Miorim
Enviado por Paulo Miorim em 22/06/2024
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