Meu Pai
Certa noite, acordei chorando.
Meus olhos o buscavam com muita ânsia de encontrá-lo.
Quando mais que rapidamente, entrastes pela porta adentro; com a respiração ofegante e olhar preocupado, vindo em minha direção, me socorrer.
Recordo-me que te abracei e ainda trêmulo, não sabia o que te dizer; apenas me acalmou e minhas lágrimas cessaram.
Ainda me recordo dos mimos trazidos por ti, em tuas viagens ou quando chegava do trabalho, sempre acompanhados de um abraço, do suor na face, após mais um dia de labuta e da alegria por retornares ao nosso lar.
Quando me olhavas com o ar sério para me chamar a atenção, terminavas sorrindo e me ensinando pela milésima vez como eu deveria fazer.
Vem-me a lembrança de uma única vez que te vi chorar. Foram lágrimas que hoje, talvez, eu entenda o motivo: "excesso de amor”.
Aí o tempo passou... E tu, continuas aí: me observando; me esperando gritar teu nome.
Sempre de prontidão, mesmo sabendo que cresci e já não sou mais aquela criança.
Como filhos às vezes somos duros, chatos, incompreensivos; às vezes nos esquecemos de quem és e o que representas em nossas vidas. Não sabemos por quanto tempo ainda estaremos juntos nesse “mundo de Deus”, mas com a voz embargada, sem esperar mais e com todo o carinho do mundo, quero dizer meu pai, que te amo e quero sempre contar com o maior dos professores; o melhor dos amigos; o único; Pai.
Obrigado Pai.