Tocaí, Dinho...!
Pois é, o Dinho da Bia, que ainda vi isturdia, tão feliz pelas ruas das manhãs pitanguienses a passear "o cães", e dar sempre um dedo de prosa, agora é poesia... Familiares e amigos a mancheias estão neste instante prestando-lhe as mais sentidas homenagens no velório de nossa Velha Serrana.
Dinho, vizinho e colega de aventuras rueiras de infância, passou, quase que de um pulo, e graças seu talento, a abrilhantar serestas e noites musicais em interiores e capitais, ao longo de décadas, seguindo o ritmo alucinante de um Cabrito cantante... em seus respectivos Departamentos da arte de Orfeu, sob a batuta do Maestro Norberto...
Mas o menino do Romualdo e da Bia, como os demais irmãos e irmãs, sem abandonar o talento musical, não se descuidou do que estava por vir: a vida familiar, uma profissão, e os passeios matinais com "o cães"...
E de pensar que uma vez ele se ofereceu para me ensinar a dedilhar um violão ... logo a mim que nunca aprendi a diferir um dó de um nó...
Numa das últimas aparições públicas do Dinho, vi-o "performar", com os então já colegas de velha guarda, Cuêio, Cuíca, Pêque, Cabrito e Tulim da Ném na quermesse da festa de Nossa Senhora do Pilar, justamente na véspera do grande dia, 15 de agosto... Coisa de uns três ou quatro anos no adro da matriz... valia uma boa gravação daquele borbulhante reencontro...
E ainda em 2015, no bojo das celebrações do tricentenário da elevação de Pitangui a Vila, pude testemunhar a surpresa da platéia de concidadãos ao vê-lo condecorado com a medalha do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais sob o seu verdadeiro nome de pia: Romualdo, irmão de Lalado, Raimundo, Chicão e Zé Maria...