Nota 1 - Achei demais esta poesia com os nomes das uvas que tanto gosto de estudar e obviamente, apreciar em um bom vinho. Eu jamais teria capacidade literária de fazer uma poesia deste nível com até alguns toques de etimologia, assunto que eu tanto amo, também. Por isso, fiz questão de postá-la aqui com o devido respeito e crédito ao amigo. 

by Celso Cruz

 

Nota 2 - Cada uma das quatro características – doçura, acidez, taninos e álcool – pode determinar quão leve ou encorpado será o gosto do vinho.

VINHOS LEVES – Maior acidez; Menos álcool, menos taninos, menos doçura.

VINHOS ENCORPADOS – Menor acidez; mais álcool; mais taninos; mais doçura.


Aprenda o Nome das Uvas
Cada lenda, cada história,
Guardei na memória,
Pra conversar bonito,
Pra passar p
or erudito,
Por um bom entendedor.
Eu sou um bom bebedor.
Gosto de uma boa bebida,
Com uma boa comida,
Harmonizando o sabor:


Cabernet Sauvignon
Presente em toda taverna
Cabernet vem de caverna
Sauvignon de selvagem
Vai do calor à friagem
Se adaptando a cada clima
Um cruzamento “obra-prima”
É do século dezesseis
E vou dizer pra vocês
É uva de minha estima.

 

A francesa Merlot
O seu significado
Diz-se ter se originado
Do pássaro “merle”, pequeno,
Abundante em terreno,
Onde a uva era plantada.
Sua cor preto azulada
Seu gosto por ela, madura
Era a praga da cultura,
Em outra época passada.

 


E veio lá da Borgonha, a uva pinot Noir,
Depende do terroir
De onde é extraída,
O buquê, sua bebida
A sua coloração
É a uva camaleão,
Muda de aroma, de cor
Uva de fino sabor,
Requer harmonização.


Sucesso do Uruguai,Tannat, a uva francesa,
Vai bem com a sobremesa
Com um assado de vitela,
Um churrasco de costela
Pois, seus taninos marcantes,
Tem poderes antioxidantes.
Eu mesmo acho adorável,
Final longo, memorável,
Vinhos Intensos e elegantes.


De nome Petit Verdot,
Uva de cacho pequeno,
Própria de clima ameno,
Demora amadurecer
Entre o plantar e o colher.
Ela mostra-se resistente,
Brota precocemente
Me garantiu meu vizinho
Que é expert em vinho
E de Bordeaux, é procedente.


Chianti, Rosso, Brunello,
Favorece a minha tese
Que a uva Sangiovese,
Essa cepa italiana
Da região da Toscana,
É história engarrafada.
Na Itália ela é amada,
Desde a Roma antiga.
Existe quem contradiga
A história aqui contada.


A uva perdida de Bordeaux, Carmenére, me encanta
Seu sabor se agiganta
Com um harmonizar propício.
Ótimo custo benefício
E se bem harmonizado,
Mesmo americanizado,
É uma de cepa divina,
Em toda América Latina
Esse vinho é encontrado


Syrah, Shiraz “Darou-é-shah”
Ou, o remédio do Rei,
Pelo que pesquisei
E ouvi do meu amigo,
Se discordarem, não ligo
Bom de harmonização
Ótimo pro coração
Sabor intenso e profundo
No novo e no velho mundo
Sempre desperta paixão


Malbec, uva francesa
Sucesso na Argentina,
Sempre uma bebida fina,
De Mendonza à Patagônia
Eu digo, sem parcimônia,
O Patagão prefiro eu
Estando no apogeu
Com o seu sabor marcante
É um vinho mais elegante
Bem ao estilo europeu


Nebbiolo vem de “nebbia”,
Que traduz-se em nevoeiro,
Foi o meu amor primeiro.
Um vinho piemontês
Eu vou dizer pra vocês
Se bebo sinto saudade
Sem nenhuma vaidade
Se junto à pessoa amada
Com uma boa macarronada
Meu nome é felicidade


Que dizer da Tempranillo
Uva ilustre da Espanha
Com uma enorme façanha
De três mil anos de história,
Se não me falha a memória,
É a que primeiro amadurece.
E, pelo que me parece,
“Temprano” é precocidade
O vinho é a felicidade
Que em garrafa se oferece.

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 13/03/2024
Reeditado em 13/03/2024
Código do texto: T8018959
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