DONA MIÚDA, Artesã e Líder do Jalapão

Guilhermina Ribeiro da Silva, carinhosamente conhecida como Dona Miúda (1928-2010), foi uma importante artesã e líder comunitária no coração do Tocantins. Sua vida foi dedicada à arte, à comunidade e à preservação da cultura do Capim Dourado no Jalapão, um legado que transcende gerações.

Nascida na comunidade quilombola Mumbuca, região do Jalapão, Dona Miúda cresceu em um ambiente onde a natureza e a cultura se entrelaçam.

Desde cedo, ela se destacou pela habilidade incomparável com o Capim Dourado, transformando esse recurso natural em verdadeiras obras de arte, chapéus, pulseiras, braceletes, brincos, colares, tiaras, bolsas, cestos, luminárias, esteiras etc.

Sua liderança quilombola e defesa do Jalapão marcaram sua trajetória como promotora do desenvolvimento sustentável e valorização da identidade tocantinense.

Ela fundou a "Associação dos Artesãos e Extrativistas do Mumbuca", onde ensinou centenas de crianças, jovens, mulheres e homens a confeccionarem objetos e adornos belíssimos, consolidando o povoado quilombola como um centro de referência para o artesanato em Capim Dourado.

O trabalho de Dona Miúda foi amplamente reconhecido, ganhando destaque em importantes veículos de comunicação nacionais, Veja, IstoÉ, Claudia, Caras, Moda Brasil, Folha de São Paulo, Estadão etc.; e internacionais, Marie Claire, Vogue, Elle, Manequim, Magazine etc. Nenhuma outra líder comunitária tocantinense conseguiu tal feito.

Sua dedicação não só promoveu o Tocantins e o Jalapão, mas também elevou a arte do Capim Dourado a um símbolo de resistência, beleza e identidade cultural.

Dona Miúda partiu em 2010, mas sua história e seu legado permanecem vivos.

Ela era uma mulher de pequena estatura, traços delicados e voz meiga, vindo daí o seu apelido “Miúda”. No entanto, olhando para sua linda biografia, por tudo que fez, por tudo que representa, pela grandeza de sua alma, por sua personalidade marcante, por seu imenso coração, eu acredito que é merecedora de outro apelido, “Dona Gigante”, pois a nossa saudosa “Guilhermina Ribeiro da Silva” foi realmente uma “gigante” no âmbito cultural, social e ambiental, a maior de todas do Estado do Tocantins.

A cada primavera, quando o Capim Dourado floresce, somos lembrados da enorme força, do carisma, da fé e da alegria dessa mulher incrível. Ela ensinou a todos o valor da terra, da cultura quilombola e da comunidade do Jalapão. O brilho do Capim Dourado carrega o espírito de Dona Miúda, eternizando seu nome como um símbolo de orgulho para o Tocantins e inspiração para o Brasil e o Mundo!!!

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Palmas - TO, Março de 2024.

Giovanni Salera Júnior

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

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