IN MEMORIAM

À memória de Davi Santos do Amaral.

Nasci em 1967, no dia 25 de setembro, na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, mas cresci e sempre vivi em São Leopoldo, exeto por uns poucos tempos que vivi em Taquara. Altura, 1:85, peso em torno de 85 kg, cabelos encaracolados, castanhos claros, quase loiros. Olhos verdes, pele branca. Poeta por exelência.

Morri em 25 de março de 1995 após 11 anos de drogadição e tendo contraído o vírus do HIV quando compartilhava seringa com meus companheiros drogaditos. Após um ano de tratamento, entre triagem e fazenda, no grupo de entre-ajuda da PACTO – Pastoral Católica de Ajuda ao Toxocômano, em Porto Alegre, e na Fazenda do Senhor Jesus, em Viamão, interrompi o tratamento, deixando a fazenda, pois sedi a uma senquência de intensas crises de abstinência incrementadas por forte mania de perseguição e intenso sentimento de auto-piedade. Após uma semana lutando contra o desejo de usar droga, recaí e no mesmo dia, às 21 horas, tendo chegado em casa drogado, ignorei o convite de minha mãe para conversarmos dizendo que falaríamos no dia seguinte, então fui para meu quarto e tirei minha vida, deprezando o amor dela, de meus irmãos, de meu pai e de mais de cinqüenta pessoas que há mais de um ano se empenhavam em me ajudar.

Quem publicou esta página quase treze anos após minha morte, o fez, não somente para não esquecer-se de mim, pois muito me amou e jamais esquecerá, mas para salvar a vida de outras pessoas, sendo que muito se empenhou para salvar a minha, mas não conseguiu, apeasar da excelência do método que usou. Dentre mais de 1.000 que até 1995 se trataram na Fazenda do Senhor Jesus, apenas eu cometi tal desatino de tirar a própria vida. Então essa pessoa pretende usar meu testemunho para evitar que outros destruam suas vida.

Eu, que era o sabe tudo, eu mesmo que escrevia tão bem, há treze anos perdi a consciência, não tenho mais conhecimento do que se passou nesse meio tempo, não tenho mais sentimentos, não mais recebi e nem pude dar carinho e amor, tampouco pude sentrir ódio de alguém, sentimento tão destrutivo, que me encaminhou para a minha destruição. Não posso mais ver o sol, nem a chuva, tampouco desfrutar das coisas boas da vida, além que não vi meus sobrinhos crecerem e os tantos outros que nasceram; não vi quantas coisas novas surgiram e nem como a cidade mudou. Por isto agora alguém escreve este perfil em meu lugar e alguém que eu sempre chamava de careta e atrasado quando me pedia que deixasse a droga. Mas para escrever isto esse alguém usou seus próprios pensamentos e idéias, presumindo que eu diria isto para salvar os outros após vencer a minha própria drogadição se permanecesse vivo.

Todavia, apesar que não pude redigir ata resumida biografia, você poderá conhecer meus pensamentos e meus poemas nos escritos que fiz anteriores à minha morte, que serão publicados nesta página um a um.

O editor da página

Davi Amaral
Enviado por Davi Amaral em 02/01/2008
Reeditado em 04/01/2008
Código do texto: T799813