CLAUDIOSÉ TAVARES

Um artista politizado da minha Terra.

Somos o que repetidamente fazemos: a excelência não é um jeito, é um hábito... Tomo emprestado esta frase de Aristóteles para discorrer sobre Claudiosé Conceição Tavares, um modelo de excelência e exemplo a ser seguido, dono de uma história digna de ser contada pela grandeza de seus feitos.

Claudiosé ingressou na política ainda jovem, lutando pela defesa concreta dos princípios e alterando o tom eleitoral. Corajoso e competente, comprometido com a política revolucionária e embasado na ética e na qualidade de seu caráter, candidatou-se a prefeito, apresentando uma proposta renovadora, mais democrática e igualitária.

Ciente de que a "vaidade" é uma péssima companheira na trajetória humana, principalmente na política, mesmo com a primazia de seu passado histórico, ao longo do tempo, o sentimento popular mudou, e suas aspirações também.

Embora não tenha saído vitorioso das urnas, certamente ofereceu resistência ao modelo imposto, marcando o início da mudança, onde os jovens passaram a ser ouvidos, consultados e respeitados.

Claudiosé também se destacava como grande artista. Nesse conflito entre a política e a arte, a arte prevaleceu. Abandonou a política para se dedicar ao que mais o fascina: escrever, compor, tocar e musicar a vida com a doçura de seus versos.

Sua totalidade artística se renova. Diz-se ser "artista", uma pessoa envolvida na produção de arte, seja ela plástica, aplicada ou qualquer forma artística. Claudiosé é um artista cuja alma é de pura transparência; um solitário viajante, côncavo e convexo, que percorre o tempo escrevendo e retratando o cenário por onde a história acontece.

Ele escreve em abstrato sobre coisas concretas, no seu tempo, no seu compasso, rabiscando seus sonhos e dando voz às emoções. Jamais se importou em ser compreendido ou não, pois lhe é reservado o sacrossanto direito da criação, aceitação, contestação e transformação do tédio.

Em suas poesias, contos e cantos, ele registra mais do que vê, fazendo imaginar que a posteridade já existiu. Claudiosé é assim: um pouco sacerdote, um pouco saltimbanco, um sonhador que vislumbra o mundo real; um infante comum com um potencial infinito. Um ser humano fantástico que consegue ver o sol onde existe escuridão.

O artista é alguém que produz coisas que as pessoas às vezes gostam, mas não compreendem; e quando "pensam" que compreendem, querem mudar o artista. Por isso, Claudiosé abomina a sujeição e adora a independência.

O poeta diz que os músicos utilizam todas as liberdades possíveis, mas com três disciplinas: as disciplinas das mãos, da cabeça e do coração. Claudiosé, no entanto, com disciplina e determinação, sem pátria e sem medida, nunca experimenta. Ao fazer, ele descobre o que fez e desvenda o mistério de sua criação sujeita à censura, mas nunca ao silêncio. Dessa forma, ele escreveu livros, poesias, peças de teatro, compôs várias músicas, criou corais e bandas, e como músico, continua tocando seu piano com impecável maestria.

A intervenção de um "sem talento" ao exigir atitude em relação ao seu trabalho nunca terá êxito. Por isso, ele é um artista e não um artesão negociante comum. Claudiosé não está adiante do seu tempo, porque o artista não tem tempo. As pessoas é que estão atrasadas no tempo. Claudiosé vive uma relação pessoal com a beleza e constrói poesias musicadas que nos permitem comunicar com o Cosmo e enxergar seus versos.

"E quando dos meus braços soltarem as amarras, pintarei nos céus diagramas de liberdade" - (pinçado do livro de Claudiosé Tavares). Quisera ser competente o suficiente para descrever a beleza e a grandeza de suas obras. Por tudo isso, estou aqui mais uma vez, para prestar meu culto e falar do meu orgulho de ser primo e amigo desse brilhante artista, menestrel da minha terra!

Com minha admiração e respeito,

Manoel Lobo.

Manoel Rocha Lobo
Enviado por Manoel Rocha Lobo em 05/02/2024
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