Diálogo poético com Cecília Meireles- Poema Motivo
Canto!... um choro reprimido insiste.
Fico com a voz embargada.
Não sou cantora, nem sou triste:
Meu ofício exige, sinto impulsionada.
Irmã dos aflitos e cativos.
Insone, varo noite adentro.
Lanço as dores ao relento.
Se em abalos, minhas estruturas,
deixo cair por terra e me despeço.
-Não sei tudo, não nego. Renasço outra criatura.
Dos escombros, eu recomeço.
Só sei que canto e clamo.
Tem muita coisa entalada,
guardada em algum canto.
Calar-me-ei um dia, por ora deixo arder, doer... mais nada.
》 Em comemoração a data de aniversário da escritora, poeta, jornalista pintora e professora, a qual admiro muito e me inspira.
▪︎ Nascimento: 07/11/1901
▪︎Falecimento: 09/11/1964