FRANSCISCO FERRER Y GUARDÍA E AS ESCOLAS ANARQUISTAS EM BELÉM DO PARÁ
Em 13 de outubro de 1909 foi executado, no castelo de Montjuic, na Espanha, o anarquista e educador catalão Francisco Ferrer y Guardia, acusado de ter sido o mentor intelectual da série de greves ocorridas em Barcelona contra o recrutamento militar forçado de trabalhadores para lutarem na guerra entre a Espanha e o Marrocos.
O pedagogo propunha uma teoria educacional radicalmente inovadora, que previa a coeducação de estudantes de ambos os sexos no mesmo ambiente; o ensino racional, baseado na ciência e liberto da doutrinação religiosa católica das escolas espanholas; a educação integral, que formasse o alunado não apenas no âmbito intelectual, mas também nos âmbitos físico, político e moral, procurando integrar o trabalho manual e o intelectual; o uso de jogos e brincadeiras no processo educativo, e a rejeição a avalição e classificação hierárquica dos estudantes.
Sua execução gerou uma onda de indignação nos meios operários, anarquistas, socialistas e anticlericais de todo o mundo. Nas duas décadas que se seguiram a sua execução, foram fundadas diversas escolas influenciadas pelas suas ideias na América e na Europa.
A Amazônia não esteve excluída deste processo e ao longo da década de 1910 surgiram pelo menos três escolas inspiradas na pedagogia racionalista em Belém do Pará, organizadas por sindicatos e grupos anarquistas, proporcionando a educação formal a algumas centenas de filhos de trabalhadores. Foram a Escola Livre Século XX (1912), a Escola Operária 13 de Outubro (1913) e a Escola de Educação Racional Francisco Ferrer (1919-1927). A quem interessar, esse artigo traz mais detalhes sobre essas instituições : https://www.academia.edu/resource/work/95930730