QUERIA ME DAR PRA VOCÊ
Seu aniversário chegando...
Queria lhe dar o que sou, despida, literalmente, pra que você pudesse me adentrar e me fazer sentir o amor como ele deve ser sentido.
Queria pele, encontro, toque.
Queria o tempo da chegada, juntos.
Queria que "nosso tempo" fosse de amor e sexo; amor puro e sexo dos bons.
Queria correr, nesse meu tempo, diferente do seu, porque a idade vai me levar para destinos que desconheço. Destinos que, eu sei, podem me tirar alguns desejos.
E, quebrando um pouco a poesia, eu acho um desperdício a gente não estar transando.
E a culpa é sua!
Enfim, como o que eu queria lhe dar não interessa, não significa muito pra você, comprei livros.
Vou te encher de poesia, embora saibamos, você e eu, que a poesia dos meus sonhos, com você, é a que faz suar, gemer... querer ficar.
A poesia, sabemos nós, que nesse meu apelo podemos chamar de "pequena morte", aquela que me mantém viva.
[...]
Queria, meu bem, entenda-me, no uso mais absoluto do tempo verbal.
Morra, você e sua indiferença!
Mas, antes, passa aqui pra pegar os livros de Fernando Pessoa!
Meu querer é passado.
Os livros, presente.