INDEPENDÊNCIA

Hoje, 07/09/2023 comemora-se mais um ano da independência do nosso país, Brasil, do domínio de Portugal que pôs fim à gandaia que era chegar aqui e levar tudo, todas as riquezas para lá, deixando aqui apenas seus apenados, os vigaristas, os vagabundos, salafrários - foi assim que um colega professor e historiador me disse - que não serviam para nada e atrasavam o país pequeno e decidiram enviar para essa terra imensa, linda, cheia de encantos mil, o florão da américa, totalmente disponível para exploração. E eles, vindo de lá, ficavam deitados eternamente em berço esplêndido, usufruindo, larapiando tudo que o que podiam, porque essa terra não tinha dono e os índios que aqui viviam foram surrupiados, foram ignorados, foram praticamente dizimados. Assim essa terra foi se formando de forma completamente errada, por pessoas que só tinham interesse de nada fazer e tudo ganhar - eis a razão do que estamos passando hoje. São 201 anos de laços quebrados e sempre na tentativa de conseguir se estabelecer como uma nação, como um país rico, que deveria, pois condições tem, riquezas mil tem, mas ainda sofre com os reflexos de uma colonização errada, onde a exploração era desregrada e a corrupção imperava - que ainda paira, que ainda nos faz sofrer e sermos escravos.

A palavra independência é aplicada em vários sentidos e situações, assim como foi para o Brasil, tornando-se uma terra, uma colônia, um país, com grandes riquezas a serem exploradas com perspectivas de crescimento e desenvolvimento, principalmente financeiro e econômico; assim a palavra independência é aplicada também para nós à medida que vamos crescendo, nos desenvolvendo e vamos procurando nos mostrar como pessoas íntegras e portadoras da própria capacidade de decisão, do próprio senso de responsabilidade e dono de suas atitudes.

Independência é formada pelo prefixo IN que significa privação, negação enquanto o sufixo ÊNCIA significa o resultado de uma ação, no caso, então, ficaria a negação de depender de algo ou de alguém. Falamos e ouvimos constantemente comentários sobre dependência química, dependência dos pais, dependência de algo ou de alguém, assim como a dificuldade de sair dessa dependência, ou seja, tornar-se independente, conseguir se livrar das amarras das drogas, do vício que só traz atraso físico, mental e espiritual bem como tornar-se uma pessoa que consiga viver sozinha, não de solidão, mas tomando conta de sua própria vida, sem depender, sem estar à mercê de outras pessoas, principalmente dos pais, que por eles os filhos ficam a vida toda sob suas asas, sob seu domínio, sob seu jugo - assim é nossa maneira de lidarmos com os filhos - sem nos darmos conta que os filhos também querem alçar voos tão maiores quanto os que seus pais alçaram, querem ter o domínio de suas próprias vidas, tomando suas próprias decisões - errando às vezes, acertando de vez em quando -, assim como também quer e precisa ser responsável por tudo que faz, recebendo, claro, orientações dos pais, mas ela, a pessoa, os filhos, precisam sair do jugo que é uma opressão, mesmo que sem perceber, os pais carregam sobre seus filhos.

Chega um momento da vida que todos nós queremos ser independentes e eis aí um motivo do por quê os casamentos, os relacionamentos não durarem muito tempo. Foram anos querendo ser livre para viver a sua própria, sem dar satisfação de nada para ninguém - no máximo comentar, para aliviar a ansiedade dos pais e pessoas que ainda merecem alguma prestação de contas - e de repente, surge alguém que invade o espaço vazio e vai entrando, vai tomando conta e sem perceber estamos novamente sob outro jugo, não mais dos pais, da família, mas de um amor que mudou a cabeça, transformou o pensamento e fazendo com que sua vida se tornasse novamente dependente desse alguém, pois a partir do momento que começas a conviver e viver com uma pessoa, tu já não podes mais continuar com tua maneira de ser, de agir, e tomar as decisões que antes, sozinha, independente, tomava - até pode, mas dificilmente acontece -. Isso não quer dizer que seja ser dominado ou dominada, não que seja obrigação prestar contas, dizer onde vai, o que vai fazer, mas é um respeito, uma consideração para com quem está convivendo, afinal de contas, se resolveram viver juntos é porque a cumplicidade, a parceria deve ser em todos os sentidos e em todos os momentos. Não que haja dependência física, financeira, espiritual, mas simplesmente por ser e estar com alguém que tu escolheu e te escolheu.

O importante e necessário é que consigamos ser independentes como pessoa íntegra, honesta, sincera, sem precisar realmente de nada nem de ninguém para vivermos nossa vida com tranquilidade, em paz e cheios, tomados pelo amor, mas que não seja aquele amor que proíbe, que castra, que impede e muito menos violento. Muitas pessoas são independentes financeiramente, exercem altos cargos, ganham excelentes salários, mas não conseguem ser independentes como pessoa única, tem que estar sempre com alguém para ser sua muleta, ser seu amparo, segurança e garantia de continuar a ser o que parece, aos olhos dos outros, ser.

Viva o nosso Brasil, que saiu das garras de um país explorador e viva às pessoas que conseguiram e conseguem ser independentes e vivem suas próprias vidas como seres humanos dignos e prósperos, não digo financeiramente, também, claro, mas principalmente moral e espiritual!

E tu, querido amigo e querida amiga, consegues ser independente mesmo estando com alguém?