O feminino do homem
E o dedo de Michelangelo fez a luz
E nos deu a mulher.
Mamamos e beijamos-lhe a boca.
Permitiu o aconchego nas sagradas entranhas
Nos dando a eternidade na forma e semelhança.
Nos instigou a colher pedaços do Universo
E criamos artefatos para irmos ao inexplorado
E alongar nossa existência ao dia final.
Nos deu coragem pra irmos à guerra
E voltarmos à casa para enxugar-lhe as lágrimas.
A civilização lhe deve a vênia penhorada.
Mulheres de todas as raças e formatos
Que labutam no cotidiano
Sem se intimidar com a esperança vã do amor universal.
Moldam o comportamento
Na ética das pessoas do bem e boa vontade
E não em lei capenga
Que pouco as protege e beneficiam os calhordas.
Entre várias dessas heroínas,
Nós filhos viris, homenageamos todas
Na presença da grega Hipatia de Alexandria,
Da bela Ana Carolina Campagnolo,
Da fascinante Gloria Steinem
E da sáfica Camille Paglia