O feminino do homem

E o dedo de Michelangelo fez a luz

E nos deu a mulher.

Mamamos e beijamos-lhe a boca.

Permitiu o aconchego nas sagradas entranhas

Nos dando a eternidade na forma e semelhança.

Nos instigou a colher pedaços do Universo

E criamos artefatos para irmos ao inexplorado

E alongar nossa existência ao dia final.

Nos deu coragem pra irmos à guerra

E voltarmos à casa para enxugar-lhe as lágrimas.

A civilização lhe deve a vênia penhorada.

Mulheres de todas as raças e formatos

Que labutam no cotidiano

Sem se intimidar com a esperança vã do amor universal.

Moldam o comportamento

Na ética das pessoas do bem e boa vontade

E não em lei capenga

Que pouco as protege e beneficiam os calhordas.

Entre várias dessas heroínas,

Nós filhos viris, homenageamos todas

Na presença da grega Hipatia de Alexandria,

Da bela Ana Carolina Campagnolo,

Da fascinante Gloria Steinem

E da sáfica Camille Paglia

Raffert
Enviado por Raffert em 26/08/2023
Código do texto: T7870804
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