Mães e filhos da guerra
Chagaspires
Depois de nove meses eis que sai da escuridão o filho querido.
Curtido, amado.
O ente a muito esperado.
Criado com amor de mãe.
Sofrido, suado.
Nas noites medonhas de quando doente.
O choro silente.
Batalhas vencidas.
Aflições passadas.
O caminho, a estrada percorrida.
Coisas da vida.
A pátria ameaçada.
Requer do filho a partida.
A noite escura esconde a desdita.
Na guerra insana a luta renhida.
O cântico chorado de mães que esperam;
A volta do filho sem ter esperança.
Um pranto calado o traz na lembrança.
Na noite parada a espera continua.
O olhar marejado examina a rua.
Querendo rever de volta o vulto amado.
Que a muito tempo não tem avistado.
Amanhece o dia e na porta um chamado.
A pobre mãezinha vai ver;
é o Estado;
Que vem trazer a notícia do filho tombado.
Na guerra medonha mais um vitimado.
Nota do autor:
Texto baseado na música: O Silêncio de Silvio Brito.
Homenagem às mães que perderam seus filhos na Guerra da Croácia X Rússia .