TÂNIA MARIA DA CONCEIÇÃO MENESES
Eu não sei se digo da sua pessoa ou da sua poesia.
Ao mesmo tempo, penso que perco tempo em conjecturas,
Porque ambas se confundem e se espalham
Em ramas para todos os lados direcionadas.
Tânia foi feita do barro puro da lírica,
Levanta poeira a cada menear de brisa
E, caso se agite, da poeira volta ao barro
Nas mãos do Oleiro e produz louças finas.
Abriu portas que jamais serão vedadas,
Plantou, colheu, sorriu, dançou,
Fez filhos e semeou netos,
Poemas aos montes nas estradas.
Espalha-os aos quatro ventos,
Em fios de pura seda, confecções em trama fina, tudo bem cortado, costurado e arrematado.
Linha trazida de distantes vidas,
Cruzando mares bravios e, quando cisma,
Faz rendas e apliques nas areias das praias,
Suaviza ondas em berços de profundos portos e seguros cais.
Tudo em Tânia obedece à própria biruta,
Pois das marolas vai à procela se preciso for,
Tem o poder das muralhas e fortalezas,
Baluartes intransponíveis em defesa
Dos seus e dos injustamente silenciados .
É cidadela segura para os amigos, doce com quem merece o mel e bacamarte para o primeiro que faça jus à reprimenda.
Quando pensa que fugiu da poesia, instantaneamente é alvo dela.
Sendo alvo da poesia, é simbiose e se simbiose é, falar de uma é o mesmo que falar da outra.
Onde há poesia, há competência e, se há competência, há o trabalho da professora, revisora, escritora e grande mulher sergipana, que hoje aniversaria.
Parabéns, Tânia Meneses!
Dalva Molina Mansano
28.07.23