Tributo à Amy Winehouse
Quem poderá entender e tocar na tua dor secreta?
Tua voz ainda ressoa notas cheias de força e beleza,
Mas havia um oceano de agonias indiscretas
Que emanava da paixão do teu olhar cheio de realeza e pureza!
Sim, minha linda menina! Essa tristeza que tanto bebias
E que tanto derramavas em tão hipnóticas harmonias,
Mas eu grito o teu nome e escuto o teu honesto segredo
De tanto amar o que deveras no amor causa tanto medo.
Tua sede insaciável em ingerir as sensações abstratas e concretas
Que brotavam das melodias que vibram da morte e da vida
Jamais apagaram as chamas de teu insólito caminho e de tuas metas,
E sabias que ninguém tocaria as tuas incompreendidas feridas.
Cantaste as inúmeras paixões perdidas e os amores possíveis;
Bradaste os sentimentos humanos que as pessoas escondem.
Choraste as traições e os luares de tantos vínculos e noites terríveis,
Teu ébrio coração brioso musicou sóis que não somem.
As tatuagens das tuas lembranças, traumas e sonhos
Também choravam em teu corpo tão julgado em teus palcos.
Os vícios daquele amor que tornou teu ser sensível e tristonho
Não poderiam desintoxicar o teu coração melancólico e risonho.
Ah minha Amy! Só almas tão torturadas, isoladas e compreensivas
Sabem o que é afundar em si e ainda buscar se perdoar.
Minha amada amiga! Teu sol e teu vazio ecoavam de teu cantar:
Na tua voz que não temia mentiras e as tensões de se amar.
Minha Amy, permaneça com os teus olhos fechados!
Descansa no doce sono eterno que o fado te concedeu.
Dorme, minha errante estrela cantante: o mundo pouco te entendeu!
Os reluzentes poemas de tuas sinceras e simples canções
Neste mudo e frio universo, eternamente serão colhidos e semeados
Pelas mãos da Paixão para os que amam e cantam a vida de coração.