JIRAU DIVERSO N° 22
JIRAU DIVERSO
Nº 22 – dezembro.2007
por Enzo Carlo Barrocco
A poesia paranaense de Paulo Leminsk
O POEMA
DESENCONTRÁRIOS
Mandei a palavra rimar,
ela não me obedeceu.
Falou em mar, em céu, em rosa,
em grego, em silêncio, em prosa.
Parecia fora de si,
a sílaba silenciosa.
Mandei a frase sonhar,
e ela se foi num labirinto.
Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército,
para conquistar um império extinto.
O POETA
Paulo Leminsk, poeta, contista, romancista, ensaísta e compositor paranaense (Curitiba 1944 – Idem 1989) foi um escritor que andou pelas veredas da experimentação sendo, também, adepto da poesia concreta no Estado do São Paulo. Como compositor teve canções gravadas por Caetano Veloso e pela Banda a cor do Som. Joyce, Lennon. Beckett e Jarry tiveram obras traduzidas por Leminsk. Em 1995 foi agraciado com o prêmio Jabuti de Poesia.
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ESTANTE DE ACRÍLICO
Livros Sugestionáveis
Lâmina Mea ou Mulher Não chora (Contos)
Autor: Salomão Laredo
Edição: Salomão Laredo (Editora)
Pequenos contos engendrados pela mente criadora de Salomão. Textos surpreendentes que levam o leitor a experimentar o fino humor deste excelente escritor.
Estrela da Minha Vida (Crônicas)
Autor: Edson Lodi
Edição: Entrefolhas
Relatos experimentados pelo autor como membro do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal. “Histórias do Sertão Caboclo”, como bem afirma, relatando paisagens e personagens da história daquela instituição.
Sertão do Reino
Autor: Marcos Quinan
Edição: Projeto Editorial
Quinan adentra por um emaranhado de situações tendo a Cabanagem (movimento ocorrido no Pará entre 1935 e 1940) como pano de fundo. Índios, negros alforriados, escravos, mestiços são os personagens de uma explêndia narrativa.
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A FRASE DI/VERSA
O homem está sempre disposto a negar aquilo que não compreende.
- Luigi Pirandello (Agrigento 1867 – Roma 1936) dramaturgo italiano
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DA LAVRA MINHA
SIMBIOSE
Enzo Carlo Barrocco
Esperemos a palavra
nascida de inumeráveis gargantas,
a simbiose entre homens e ruas,
planta indomável das calçadas.
Porque de agora em diante
é impossível abortar a fala
parida sobre
as muitas pautas dos gramáticos.
Poetas mencionarão sua geografia,
península léxica,
a nova peste contaminará
as páginas dos livros que virão.
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