Os Astronautas
"Pássaro voa?"" Voa!" "Homem voa?" "Não!"
Sim- respondeu Santos Dumond, na brincadeira de criança.
Foi obrigado a pagar prenda,
Mas não desistiu;
Olhou para o céu,
Como menino, como Ícaro,
Sonhou com o voo pelos céus...
E conseguiu!
1906; Campo de Bagatele,
Para um público seleto de Paris.
Julho de 1969;
Num dia como hoje, partiam em direção à Lua,
Sonho antigo, de Júlio Verne, de Newton, até de Bergerac;
Antes disso , o Sputinik enviava do Cosmos seu bip,bip!
A cadela de rua Laika dava sua vida na exploração do espaço!
Depois, Gagarin, o Pato Selvagem, como criança, exclamava:
"A Terra é azul! Sim, é azul, vista de longe e deveria ser sempre.
"Os que vão viver o saúdam, ave!- diria Cassiano Ricardo.
Outros pássaros, German Titov, o Falcão de Ouro,
Seguido por Tereshkova, A Gaivota, poeticamente giravam várias vezes em órbita;
Há poesia em se ver livre no espaço, sem peso, apesar da roupa volumosa.
Isso se deu quando um menino, Leonov, soltou-se preso por um frágil cabo, no espaço sideral!
Essa brincadeira de menino, aparentemente, calculada nos mínimos detalhes na Terra, quase lhe custou a vida!
Mas vale a pena se arriscar. "Navegar é preciso!"- diria Pessoa.
E navegaram, giraram e bailaram, no filme 2001, um ano antes da conquista, ao som de Danúbio Azul.
O espaço é um mar, silencioso, ali naves navegam, giram , bailam, pousam como libélulas.
E por fim chega o grande dia: 17 de julho de 69; lá se vai a Apolo, deus das artes e harmonia, subindo num estrondo enorme, tudo devidamente calculado e pesado.
Em contraste, no espaço a nave gira; parece fácil e..parece mentira: muitos até hoje não acreditam; como os parnasianos: mostrar a obra sem mostrar os andaimes do edifício; a nave Apolo é um milagre tecnológico;
Tudo perfeito, o módulo se destaca e acopla na nave-mãe; dali o pouso lento na superfície;
Como crianças num novo brinquedo, as luzes apitam;
Não é mais pouso automático; Armstrong assume e faltando 30 s. de combustível, desviam de uma cratera e pousam! Quem disse que não é emocionante?
"Um pequeno passo para um homem, um gigantesco salto para a humanidade"- a frase ensaiada é digna do evento.
Saltam desajeitados na superfície e fincam a bandeira, que é de todos, é de todo o mundo e não de um país.
A Lua é iluminada pelo Sol, mas solitária, desolada, seca. "Magnífica desolação" diria o segundo homem na Lua, Aldrin; o que não deixa de ser verdade.
Mas é hora de voltar; um passeio caríssimo- dirão alguns, mas não se dão conta de tantos e tantos progressos e produtos que virão em torno disso.
A reentrada na atmosfera é cheia de faíscas, como em festa de Sâo João; se não entrar direitinho, queima ou ricocheteia na atmosfera e entra em órbita solar para sempre!
Que risco! Para depois falarem que foi tudo encenado em estúdio! Ora bolas!
O pouso na água, após abrirem os paraquedas,splash, e os homens-rãs( que poético) estão lá a colocar boias e os salvar.
Sonho de Ícaro, de sonhadores, de visionários, de milhares de homens e mulheres, bravos cientistas, com enormes computadores ou a mão ou acompanhando pelas enormes antenas ligadas pelo mundo todo.
No fim...parece uma brincadeira de menino...