Aos Mestres Poetas Brasileiros I
PARTE 1
Hoje, peguei-me a conversar com os mestres poetas brasileiros, foi um diálogo tão interessante que contarei longevos, aos meus filhos e minhas netas.
Foram diversas catarses poéticas, muita aprendizagem e interação literária a cumprir minhas metas.
O primeiro deles foi Gregório de Matos que, no seu dualismo Barroco, disse-me que “Não há o todo sem a parte” e ainda me chamou de soteropolitano louco!
O segundo foi Alvares de Azevedo que, no seu auto-pessimismo do Romantismo, confessou-me que, “Se ele morresse amanhã. [...] Nessa dor da vida que o devora”. Repreendeu-me e da minha casa me pôs para fora!
Quem se mostrou engajado todo o tempo foi Castro Alves, em defesa dos escravos, confidenciou-me sobre um tal “Navio Negreiro”, num Romantismo em fase derradeira ao estilo brasileiro.
Em seguida veio Tomás Antônio Gonzaga, bucólico e Arcadismo mineiro, que me apresentou “Marília” e me convenceu do inutilia truncat ir morar no campo, cortar inútil, casar com essa doce virgem e fazer nela uma filha!
Mais adiante o perfeccionismo me levou até ao Olavo Bilac, que me exigiu a busca da perfeição, ser o ourives da poesia... e nessa “Profissão de Fé” subi o Monte Parnaso, daí o nome Parnasianismo, de marcha à ré.
Devaneei quando vi Cruz e Sousa “Voando veloz nos vórtices Ventos vulcanizados...” todo de branco, descendo da Lua cheia, num autêntico Simbolismo. Disse-me que sonhar é possível, mesmo que em dunas alvas de areia.
Porém quem eu mais me identifiquei foi com Augusto dos Anjos, “O filho da amônia e do amoníaco...” nos seus versos íntimos de desilusão e putrefação do corpo. Envolvido por esse Pré- Modernismo, mandou-me ir ao cemitério, abrir uma tumba e furtar um ilíaco.