DONA BRANCA AD INFINITUM...

A que em vida se chamou Aurita

Deixa o mundo sem saber porque

Quem ama mais que a própria vida

Por este amor necessite padecer

Deixa aqui oito filhos bem criados

Cuja herança fora o seu exemplo

Tinha pra cada filho mil cuidados

Mas pra cuidar de si não tinha tempo

Queria segurar no minuto derradeiro

Sua pequena mão, tirar sua dor,

Queria ser aquele companheiro

Que estava lá quando tudo acabou.

Iria abraçá-la, cheirar seu cabelo,

Molhar sua testa com meu beijo

E na despedida, encostá-la ao peito

Dizer-lhe: "meu amor, não sinta medo.

Queria ouvir de sua voz fraquinha

Como se afastou de nossos avós

E, colocando sua mão na minha,

Sorrir por ela não desistir de nós.

A todo encontro tratei como se aquele

Fosse entre nós o último contato

A morte não finda amor de mãe, ele

Viverá na lembrança de cada abraço.

Saulo Palemor
Enviado por Saulo Palemor em 28/06/2023
Reeditado em 28/06/2023
Código do texto: T7824285
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