DONA BRANCA AD INFINITUM...
A que em vida se chamou Aurita
Deixa o mundo sem saber porque
Quem ama mais que a própria vida
Por este amor necessite padecer
Deixa aqui oito filhos bem criados
Cuja herança fora o seu exemplo
Tinha pra cada filho mil cuidados
Mas pra cuidar de si não tinha tempo
Queria segurar no minuto derradeiro
Sua pequena mão, tirar sua dor,
Queria ser aquele companheiro
Que estava lá quando tudo acabou.
Iria abraçá-la, cheirar seu cabelo,
Molhar sua testa com meu beijo
E na despedida, encostá-la ao peito
Dizer-lhe: "meu amor, não sinta medo.
Queria ouvir de sua voz fraquinha
Como se afastou de nossos avós
E, colocando sua mão na minha,
Sorrir por ela não desistir de nós.
A todo encontro tratei como se aquele
Fosse entre nós o último contato
A morte não finda amor de mãe, ele
Viverá na lembrança de cada abraço.