O Adeus Mais Temido
Por Nemilson Vieira de Morais (*)
"Quando se perde uma mãe, perde-se uma parte da esperança e da alegria"...
O que eu mais temia aconteceu-me. Nesta sexta-feira (por aqui chuvosa) de abril (14:4:23), às 11h43 da manhã, fui informado do adeus derradeiro de Isabel Vieira de Morais (minha mamãe querida). Já se passou mais de uma hora desse acontecido.
Por esse fato tão temido, doído veio-me sorrateiramente e sem pedir licença, o mais intenso dos lutos... A dor é grande, que nem sei se alguém consegue explicar; e desconfio dele (do luto) perdurar na gente, à vida inteira.
... Um sentimento que eu só o conhecia de ouvir falar. Até que as circunstâncias me fizeram conhecêr; e nisso provar do seu amargo.
O vazio é grande pela sua não mais existência, companhia, conselhos, intercessões ao meu favor... por não poder ver-lhe, ouvir-lhe, ser ouvido, amado. Amar-lhe em corpo presente.
Em fevereiro último (ao me despedir da mamãe), sai com suas bênçãos lá de casa: após as orações que fez com as mãos sobre a minha cabeça (em voz de cochichos com Deus), sem eu ouvir bem o que rogava ao meu favor.
Dessa vez, não cantou mais seu corinho preferido...
Nos céus há janelas abertas/As bênçãos já descem de lá/O meu coração rejubila/Porque Jesus nele está/ Tirou-me os andrajos imundos/De branco vestiu meu Senhor... /De pão divinal eu me nutro/Banquete do seu grande amor...
Certo que chegou a hora da mamãe descansar o descanso dos justos. No Paraíso celeste e receber os presentes de Deus, guardado para ser entregue a ela, nesse seu último dia na Terra dos viventes e primeiro na eternidade com Cristo.
O que mais me conforta nessa instante dorido (muito além das condolências dos amigos) é crer piamente que minha mãe, pelo seu testemunho cristão, nesse adeus que nos deu, ter alcançou as benevolências de Deus (Pela Sua infinita bondade).
Por cá seguirei, não somente agora, mas, sempre; há rememorar o que minha mãe fez por mim... em cuidados, e ensinos para a vida.
Assim, entenderei mais, aceitarei mais o que Deus fez, faz e permite aos Seus filhos.
Por esse adeus que mais temi, acontecer, agora é rogar a Deus por nós mesmos (filhos que ficamos, parentes e amigos), termos uma dor mais suportável.
Descanse em paz, minha mãe!
*Nemilson Vieira de Morais,
Gestor Ambiental, Acadêmico Literário.
(14:4:23)