DIGNAS MEMÓRIAS
Uma poesia digna
Que faço com maestria
Tomada pela emoção
Também, com muita alegria
Bem no mês de fevereiro
No seu dia derradeiro
Antônia Correia nascia.
Antônia Correia de Queiroz
O seu nome de nascença
A quarta de onze mulheres
De uma família imensa
Ao todo, dezenove irmãos
Todos, dignos cidadãos
Uma lista bem extensa.
Filha de Chico Correia
E sua primeira Maria
Uma mulher santa e bela
Todos, assim, sempre a viam
Ainda na mocidade
Aos quinze anos de idade
Sua mãezinha perdia.
Primeiro golpe de tantos
De sofrimento amiúde
Órfã tão precocemente
Precisou ter atitude
A igreja era a diversão
Dedicar-se à religião
Trouxe-lhe imensa virtude.
Já trabalhava na roça
Desde muito pequenina
Tempos d'uma vida dura
Uma vida “severina”
Estudar, só até ler
Foi o bastante para ser
Elegante e gente fina.
Fina na simplicidade
Algo que muito se via
Numa época em que poucos
Privavam de fidalguia.
Filha muito obediente
Moça prendada e decente
Sempre espalhou alegria.
Com as moças da sua época
Ainda tem amizade
Se as encontra é tanta prosa
Passa emoções de verdade
Como profissão primeira
O ofício de costureira
Com muita habilidade
Ainda faz com agulhas
De costuras ao tricô
Uma visão invejável
Pois, nunca se acomodou
Passa-nos calma e harmonia
Tanta saúde irradia
Que impressiona o ‘doutor’.
Roda a vidaeve a trabalhar
Para ajudar no sustento
Cantava em louvor nas missas
Com um visível talento
Ouvindo seu coração
Co' amor e dedicação
Casou-se com Arnaldo Bento.
A partir do casamento
Logo a roça abandonou
Era um filho a cada ano
De quinze, doze criou
Antônia Correia de Castro
Novo nome no cadastro
Tanta vida, tanto amor.
Quatro décadas casada
Enquanto o esposo viveu
Morreram dois dos pequenos
E um aborto aconteceu
Mais dois adultos dos seus
Viu-os chamados por Deus
E grande lição nos deu.
Sofríamos com desespero
Ela, com sabedoria
A dor da perda é cruel
Porém, isso ela entendia
Exemplo maior não há
Mãe, sempre vamos te amar
Muito mais, a cada dia
Sete filhos 'stão distantes
Vê isso como uma sina
Viaja pra lá e pra cá
Com saúde cristalina
Vigor e muita e coragem
Encara cada viagem
Com vigor de uma menina.
Dá alegria de ver
A beleza e lucidez
Abomina o egoísmo
Com todos sempre é cortês
Faz oitenta três de idade*
Com altruísmo e dignidade;
Nossa mãe, vejam vocês.
Antônia Correia de Castro
Seu nome é amor e vida.
Aqui, homenageamos
Essa mulher tão querida
Razão da nossa existência
Nossa eterna obediência
Seu coração é guarida.
Tantas coisas falaríamos
Do seu digno itinerário
Ver-te em paz e sempre bem
É o nosso prazer diário
Com imensa gratidão
Inebriados de emoção:
MÃE, FELIZ ANIVERSÁRIO!
(Tânia Castro - Doutor Severiano-RN)
*28/02/15