FUTEBOL DE BOTÃO
Futebol de botão ou de mesa,
de infância a profissional,
de lúdico a esporte oficial,
de escudos a recortar
da revista Placar
para com gols de placa sonhar,
entrar em campo, escalar,
ser treinador
e ao mesmo tempo jogador,
ser dirigente,
elaborar torneio,
camisas, redes,
parece devaneio
mas na verdade é brincar
de criar,
objetos redondos a colecionar,
ir além das bolas,
que até dadinhos podem ser,
o que vale é a alegria
de transformar
em magia um gol!
Quando a ajuda das mãos
transporta aos "pés" do botão
a imaginação e dá direção
ao que se torna um golaço real,
no ângulo,
lá onde dorme a coruja.
Onde ninguém sobrepuja
os craques do passado
ao serem lembrados
e até hoje jogarem com altivez,
não morrem,
talvez
o único esporte
onde não exista idade
ou tempo
para a felicidade,
em campo a história e memória entram no mesmo time
com Leônidas da Silva,
Pelé, Zico e Zito
jogando juntos
em plena forma física,
quiçá escalados por um avô
de oitenta a jogar
com seu neto de oito,
é "quando não é oito é oitenta",
dito popular
está em pleno equilíbrio.
Além de jogo é terapia,
alguém diria,
é brincadeira de criança,
mas para quem teve infância
a lembrança
é latente
e sempre existente
a ânsia
de reviver alegria.