UMA CANÇÃO MIRIM PARA UMA CUNHÃ AYSÓ
Homenagem aos 35 anos de LARANJAL DO JARI-AP
(Uma ária decolonial)
Foste curumim ribeirinha, cunhantã brejeira
Hoje, cunhã aysó, és limite, fronteira
No “Dono do Rio” inspiraste tuas curvas
Em suas perenes fontes, tuas madeixas turvas
Mãe sumaúma que Tupã nos deu
Geraste caraíba, carai-kó e outros tais
Curiosamente, poucos naturais
Muitos enxertados, inclusive eu
Perdoai, Petrarca, a ousadia deste
Bastardo atrevido mundiado por ti
Sobra paixão; falta-me saber e arte
Para descrever-te, para agradecer-te
Neta de Ianejar, filha do Jari
Cunhantã airumã, que minh’alma parte.
Claudinho Chandelli
Hotel Verde Mares
Meio do Mundo, 17 de dez. 2022
10h 50min