A Tia Eterna
Hoje faz 11 anos, que a Tia Norma nos deixou.
Lembro como se fosse hoje no meu aniversário de 11 anos, Quando eu a conheci, a mesma me chamava de filho e era uma velhinha extremamente extrovertida, que por incrível que pareça lembrava uma outra tia minha chamada Thereza.
A tia Norma, tinha um coração enorme, e assim que eu sentei a mesa, a mesma perguntou para a minha mãe quando era o meu aniversário. E constrangida a minha mãe falou que era hoje, na data de 27/12/1998.
Logo ela foi pegando uma nota de 10 reais para me dar. E eu fiquei muito feliz, Nos convidou para almoçar e em seguida colocou uma vela em cima de uma sobremesa colorida e começou a cantar os parabéns.
Ao longo dos anos, fomos nos aproximando, ela sempre nos ligava para saber como a gente estava. Era muito especial.
O problema é que com o passar dos anos, ela contava uma história extremamente chata do umbigo do neto dela, todas as vezes eu procurava ouvir.
Tirando isso, era espetacular, uma vez ela ligou para a casa e perguntou o nome do Dunga, dizendo que iria benzer, para que ele não fizesse besteira.
Em outra oportunidade ela nos ligou e perguntou se eu sabia o hino do Palmeiras completo.
Caso eu não soubesse, ela afirmou que iria ligar para o então Parque Antártica com um lápis e um caderno para anotar o que o atendente ditasse.
Assim que eu tive tempo eu escrevi o hino inteiro e enviei para ela, via correio.
E toda a vez que ela nos ligava, depois do alô ela vinha cantando: Quando surge o alvi-verde imponente, no gramado em que a luta ao aguarda....
Eram muitas as histórias engraçadas, sabia da vida de todo mundo, até os times dos cobradores, Disse uma vez que eram 1 corintiano, dois são-paulinos e dois palmeirenses.
Quando ia ao supermercado pegava uma saco de balas e distribuia para quem via pela frente. E quando foi abordada por um funcionário, ela disse, filho, eu faço isso há mais de 20 anos.
E o Gerente falou é a Dona Norma então pode.
O enterro dela ficou lotado, foi realmente muita gente, mas infelizmente eu e a minha mãe não pudemos ir, mas até hoje nos lembramos desta tia com muito carinho.