Homenagem ao maestro Aécio Flávio (in memória)
Aécio (acima) foi o segundo filho e eu o sexto de nossa família composta por dez, 7 homens e 3 mulheres.
Nosso pai Constantino Rêgo foi operário da Companhia de Tecidos no bairro Renascença.
Outra sua atividade era de músico e foi clarinetista e saxofonista.
A família sempre foi muito aguçada para com a música e foi aí que Aécio mergulhou de cabeça na profissão.
Dados biográficos de Aécio
Instrumentista (pianista). Arranjador. Compositor.
Estudou teoria musical e harmonia na Universidade Mineira de Arte. Nos anos de 1970, já morando no Rio de Janeiro, fez os cursos de contraponto e arranjo para profissionais no Instituto Villa-Lobos com o professor Koellreuter, mestre de Tom Jobim, Guerra Peixe e Paulo Moura, entre outros.
Dados artísticos de Aécio
Iniciou sua carreira profissional contratado para a função de arranjador e assistente de direção musical do programa “Fantástico” ( TV Globo), convidado por Guto Graça Mello, permanecendo durante três anos na emissora. Alguns anos depois, convidado por Augusto César Vanucci, foi contratado pela TV Manchete para assinar a direção musical do programa “Miéle & Cia.”, função que exerceu durante dois anos aproximadamente.
No início dos anos 80, gravou seu primeiro disco, para a série “Música brasileira contemporânea”, lançado pela PolyGram. Participavam de seu grupo Jane Duboc e Leo Como compositor, tem músicas gravadas por Zizi Possi, Elba Ramalho, Leny Andrade, Gandelman, Jane Duboc, Emílio Santiago, Kenia (EUA), Viva Brazil (EUA), Loalwa Braz, do grupo Kaoma (França), Cecília Bustos (México) e Billy Paul (EUA), entre outros artistas. Em 89 paricipou da Trilha sonora da novela Salvador da Pátira com a múica “De Corpo Inteiro gravada com Jane Duboc.
Em 2006 recebeu o Prêmio Sharp,em na categoria Música Instrumental, em sua terceira edição, pela música “Amo”, gravada por Chiquinho do Acordeom, composta para a peça teatral do mesmo nome sobre a vida do poeta russo Maiakovski. Compôs a trilha sonora do musical infantil “Cinderela chinesa”.
Participou, como arranjador, das trilhas sonoras de “A volta de Chico Mau”, dirigida por Lupe Giglioti, “Entre amigas”, dirigida por Cecil Thiré, “Uma dama e um vagabundo”, dirigida por Marcelo Sabak, e “Pobre menina rica”, de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes. Assinou a direção musical e os arranjos de shows de vários artistas, como Marlene, além de “Brasileiro, profissão esperança”, dirigido por Bibi Ferreira, que estreou no Canecão (RJ), fez temporada de três meses no Teatro Teresa Raquel (RJ), excursionou por todo o Brasil e teve uma montagem em Nova York (EUA). Foi responsável pela trilha sonora do filme “Que bom te ver viva”, de Lucia Murat, vencedor do Festival de Cinema de Brasília. Foi professor, durante um ano, da disciplina Produção Publicitária em Rádio e Televisão, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Sua música “Muito normal” foi incluída no Latin Real Book (página 345), livro de referência obrigatória para estudantes americanos de música.
Em 1998 e 1999, atuou no show “Beco de estrelas”, com a cantora Tahta, sua filha. O espetáculo, que teve participação especial e direção de Miéle, foi realizado no Little Club (RJ), na Casa de Cultura da Universidade Estácio de Sá e no Teatro Municipal de Niterói.
Aécio infelizmente faleceu aos 81 anos, em setembro de 2020. Nos deixou também um grande e lindíssimo acervo de músicas próprias. Elas estão publicadas aqui no Recanto das Letras (Áudio) em suas páginas.
Meu objetivo é reprisá-las (paulatinamente) nas minhas páginas aqui no Recanto, por paixão à musica brasileira, por saudades do mano e em especial pelo altíssimo bom gosto e qualidade de suas músicas.,
Além disso para oportunizar à outras pessoas que até o momento não têm conhecimento dessa relíquia,
a também se embalarem nessa gangorra musical, sustentada pelas cordas vocais.
Abraço à todos.