Uma “décima” para “um Berto”
Ele era um ser de luz, era um bom homem
Mas, como tudo vida um dia termina,
A morte e seu enigma perseveram em guiar-nos à mesma sina
E, em segredo, sob som do silêncio, nos moem
Devoram desejos, trituram sonhos, roem aos poucos, nos consomem
Mas deixam, para quem fica, além do exemplo, a lembrança, a saudade, a dor
E aquela paisagem viva na esquina da rua, dum certo Humberto, não terá mais brilho de antes, nem a mesma cor
Um quadro, doravante vazio, e sem aquele senhor simpático, educado, confiável, um verdadeiro boa-praça
A tristeza, pela sua partida, agora afaga e nos abraça
Mas o aperto do abraço da alegria por tê-lo conhecido é bem mais forte e bem maior.