Lembrei-Me de Chiquinha Gonzaga na FIL do ano de 2022 em Ribeirão
Falei dela na feira. Debulhei folhas dos livros buscando sentido da glória dela na arte em compor músicas.
Encontrei dor, amor, amantes, horror, delícias. Também, desencantos e insucessos.
Não, desistência.
Comparei, fundi, remexi, resumi, usei o entendimento que porto na busca investigativa do ser de Chiquinha Gonzaga, tentando encontrar significado para tamanha grandeza artística. Muitas vezes, unia a ela na condição que se apresentava ao mundo, na mulher que foi, na mãe que tentou ser, na brasileira que não desistiu da esperança de um futuro melhor, da insubordinação do espírito que portava às agrulhas em face dos menos favorecidos da sociedade; negros, brancos, homens e mulheres em situação de vulnerabilidade na sociedade.
Em uma de suas biografias, traz um vislumbre dos alicerces que sustentou o espírito liberto dela.O relato de que, apesar do tanto sofrido, nunca havia perdido o amor próprio, e à vida.
Busquei nas profundezas de cada pedacinho de palavra lida, a alma da artista. Saía música, poesia, arranjos e arpejos. Serviço em prol da fraternidade.
Restou-me um único jeito de deixar pela fala alguma ponta de fora de Chiquinha, no dia da mesa redonda, a leitura final do seu testamento, como ato de última vontade, escrito anos antes de sua morte.
Chiquinha nos representa na atemporalidade, impondo-nos posição para estar ao dispor da responsabilidade do serviço ao propósito. Custe o que custar, apesar das adversidades.
Sem imitações. Somente referencial.
Brasileira do último século que serviu à Grande Obra, à comunidade Fraterna da Terra
Viva à Chiquinha Gonzaga! Viva Chiquinha.