HOMENAGEM À CLÁUDIA JIMENEZ

HOMENAGEM À CLÁUDIA JIMENEZ

(vide vídeo-texto no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=bFl5MhRybow

Autor: HERIBALDO DE ASSIS *

Neste mundo é assim: uns nascem para fazer rir e outros nascem para fazer chorar. Muito obrigado Cláudia Jimenez por ter nos feito rir, por nos ter feito gargalhar e esquecer, ao menos por alguns momentos, das tristezas e dos sofrimentos. A atriz e humorista Cláudia Jimenez desafiou o convencional: era obesa e bailarina, não era manequim mas foi em uma certa época da sua vida um símbolo sexual, não possuía os padrões impostos pela ditadura da beleza mas venceu como atriz. O grande peso que Cláudia Jimenez carregou não foi o peso corporal e sim o preconceito: o preconceito pelo fato dela ser obesa, o preconceito contra a sua sexualidade, o preconceito por ser uma mulher que fazia humor em um mundo humorístico dominado por homens. E, mesmo acima do peso, Cláudia Jimenez demonstrou-nos que é possível flutuar – flutuar nos palcos como bailarina, flutuar na vida apesar dos preconceitos e das dificuldades. E nessa mundo repleto de preconceitos, de padrões de beleza e de falta de oportunidades para quem não tem um rostinho bonito e/ou um corpo perfeito Cláudia Jimenez demonstrou que, apesar de tudo, é possível vencer – vencer as limitações corporais, vencer o preconceito, vencer as faltas de oportunidade para uma mulher acima do peso, que não possuía curvas mas era exuberante – exuberante na alma, no talento, na inteligência e no bom humor. Aprendamos com Cláudia Jimenez a nos autoaceitarmos , a rir de nos mesmos e a vencer as dificuldades mesmo que não tenhamos um rostinho ou um corpo bonito. E Cláudia Jimenez venceu utilizando a arma mais poderosa: o bom humor e eu criei uma frase que diz: zombar do mal também é uma forma de derrotá-lo - Cláudia Jimenez zombou do mal, zombou do preconceito, desdenhou do espelho que dizia que ela não iria conseguir mas ela conseguiu: foi bailarina, foi atriz , foi humorista, foi dubladora e roteirista .Fez o que amava fazer, viveu da arte, viveu do próprio talento – sem ferir ninguém, sem passar por cima de ninguém, sem ser arrogante, sem ser desonesta, sem vender seu corpo ou a sua consciência! Cláudia Jimenez mereceu estar neste mundo, mereceu ter nascido pois ela nasceu para fazer o mundo rir enquanto tantos fazem o mundo e a humanidade chorar – chorar de dor, de tristeza e de sofrimento. Vai Cláudia ser bailarina no céu, esvoaçar entre as nuvens, saltitar entre as estrelas, fazer os anjos rirem. Somente agora, somente agora Cláudia Jimenez é que me fizestes chorar, enquanto escrevo estas palavras sabendo que se foi, sabendo que tua gargalhada não existe mais entre nós – logo agora Cláudia quando este país está tão triste sem esperança, sem rumo: repleto de incertezas, repleto de maldades, repleto de psicopatas que querem impor loucuras...Mas façamos como tu, Cláudia: zombemos dos perversos, zombemos dos psicopatas, zombemos dos tiranos, dos fascistas e dos ditadores porque o mal é tão ridículo! E não podemos permitir Cláudia Jimenez que o mal nos vença pois é apenas o Bem que deve triunfar assim como tu triunfastes porque era inteligente, porque tinha talento, porque tinha ética e que assim como Cláudia Jimenez façamos Humor, façamos Amor e não guerra!

* escritor, filósofo, poeta, compositor, redator-publicitário, roteirista, Licenciado em Letras e autor do livro Redações Artísticas - a arte de escrever.E-mail: herisbahia@hotmail.com