Paulina, a eterna colombina e a banda de Nadinho - Uma homenagem à Paulina Maria de Jesus
Paulina amanheceu alegre
E não se incomodou com os meninos na rua.
Por um momento esqueceu o sofrimento,
De ter perdido um grande amor,
O que fez da sua vida um tormento.
Neste dia, vestiu seu vestido mais bonito
E encheu a casa de flores.
Como num belo e simples soneto,
Que enfeita os passos de ciranda,
Era dia de Primavera no coreto,
Era dia de ver a nossa banda.
Zé Onildo te chamou de “A noiva da cidade”,
Talvez por ser eterna amante das ruas.
Diógenes de Sínope foi teu masculino “eu”,
De Poções, a eterna colombina,
E em tua velhice, foi o teu eterno apogeu,
Carregar no peito um coração de menina.
Uma mulher preta e guerreira,
Que o mundo não compreendeu.
De todas as ruas de Poções, foi um pouco dona,
Que com os seus “dizeres” ao vento, apenas queria,
Provar que um grande amor não se abandona,
Pois a saudade bate à porta todo dia!
Paulina, é dia de banda na praça,
Dia de dançar valsa, ainda que só.
De olhos fechados, pés no mar ou na lua,
Como se o futuro distante fosse apenas um vizinho,
E nada mais existisse nas ruas...
Apenas saudade e a banda sob a regência de Nadinho!