Pai...

Nada do que eu disser, o trará de volta;

Nada do que eu disser, evocará os momentos mais doces de quando a sonoplastia da tua voz enchia a casa ao acordar.

Partiste e deixaste conosco (filhos, netos...)as tuas lembranças, das quais jamais poderemos esquecer.

Era sublime com você passear por caminhos onde o orvalho reluzia aos primeiros raios de sol;

Por onde o silêncio ainda dormia, e você com toda a proteção de pai ensinava-me a ter cuidado pois, o caminho que trilhamos, às vezes pode ter armadilhas.

Lembro-me, que enquanto carregava nos ombros toda a neblina da manhã, ensinou-me a sorrir e o valor da gratidão.

E ao andares com passos de gigante, assobiando uma melodia qualquer, obrigava-me a correr com meus passos pequenos para não o perder de vista.

Teus abraços e cuidados eram tão fortes que dissipavam o medo que a escuridão da noite trazia.

São tantas as lembranças: mas nada do que eu disser, trará novamente o embargo das nossas gargantas por nossa emoção em comum, nem o teu perfume que ainda impregna a mente, mas não mais o ar.

Ficamos aqui sozinhos com o embargo na garganta, que hoje é de saudade.

Contudo, nada do que eu disser, poderá também apagar tua lembrança e a nossa história.

Amo-te. Pai!