SAUDADE E ORGULHO, MEU PAI
Manhã nublada do mês de novembro,
Mas depois o dia ficou ensolarado,
A mais triste notícia, inda me lembro,
Dormindo, com ela foi eu acordado,
Meu coração disparou, isso relembro,
Ao dizerem que você já era finado.
Naquele instante longínquo passado,
O chão não senti, dei um sobressalto,
Em prantos fiquei inda mais arrasado,
Disseram que foi num suposto assalto,
Ceifou-lhe a vida um ser vil renegado,
Seu corpo fui ver estendido no asfalto.
Não da pra julgar se foste incauto
Ou se foi o destino que quis assim
E qual o porquê, também já não pauto
Ter sido sua sina de triste seu fim
E num grito: justiça! Clamor foi ao alto,
E o céu, em um átimo, chorou por mim.
O sol se impôs num sutil carmesim
Naquele dia da mais cruel maldade,
Meus olhos em prantos, cor de carmim,
Refletiam minha dor da realidade,
Foi quando num breve momento, enfim,
Vi que você tinha ido pra eternidade.
O tempo passou e ficou a saudade
De tudo que foste e seus ensinamentos,
Todos seus princípios e sua honestidade,
Todos seus valores superam os lamentos,
Você sempre foi meu herói de verdade,
De todos os dias em todos momentos.
Tenho viva sua imagem em meu pensamento
Bem como seus versos feitos em cordéis,
Seu improviso em poesia viajava com o vento,
Tais carruagens de Roma em velozes corcéis,
Era grande repentista e de grande talento,
Seu nome é digno de entre os menestréis.
Homem simples de nota mil vezes “um dez,”
Eu novo aprendi a seguir os seus passos,
Senti muito a sua falta em cada revés
Nas lidas da vida quando via fracassos
E nas minhas vitórias tinham o seu viés,
Igual vejo no espelho em mim os seus traços.
Qualquer coisa eu faria pra ter seu abraço,
Também ver seu sorriso, tudo novamente,
Eu via em você ser um homem de aço,
Os seus feitos exemplos, em minha mente,
Partiu “novo”, com Deus tem lá seu “espaço”,
Quando eu ainda jovem adolescente.
Deixou o seu legado como presente,
E cada gesto solidário era sensação,
Suas brincadeiras alegravam a gente,
E sua seriedade, em recordação,
E será sempre lembrado, eternamente,
Por todos os seus em cada coração.
O vento entoa em sublime canção
O seu nome por onde ele anda e vai,
E repete seu aboio de quando em ação
Reunia o gado, o seu canto não esvai,
E dentro do peito sinto a emoção
De dizer com orgulho que você foi meu PAI!
(reedição)
Recebo vom carinho a fantástica interação do nobre poeta Valdir Loureiro
Mais do que um poema de homenagem
É o teu sentimento aonde vai
Por caminhos de uma linda viagem
Com o orgulho que sentes do teu pai.