*SAUDADES, MÃE
Mora aqui por todos os poros meus
Oras a menina de cachos dourados
Na bica da casa, chuva, noite breu
Dos sonhos que sonharam guardados.
Saudade, palavra inda enraizada
Cria vulcões e deporta emoções
Atravessa fronteiras em rajada
Perfura, sangra, partilha canções.
Na minha saudade uma se amordaça
Fustiga e respinga seca e amortiza
Olho a cicatriz tal qual a carcaça.
Encubro sem temer que a luz acenda
Apenas na penumbra que se resvala
Mãe, saudade é vulcão, cinza e fenda
Sonia Nogueira
Soneto lido no primeiro encontro da Academia dos Municípios do Ceará, após dois anos de isolamento literário.
Mora aqui por todos os poros meus
Oras a menina de cachos dourados
Na bica da casa, chuva, noite breu
Dos sonhos que sonharam guardados.
Saudade, palavra inda enraizada
Cria vulcões e deporta emoções
Atravessa fronteiras em rajada
Perfura, sangra, partilha canções.
Na minha saudade uma se amordaça
Fustiga e respinga seca e amortiza
Olho a cicatriz tal qual a carcaça.
Encubro sem temer que a luz acenda
Apenas na penumbra que se resvala
Mãe, saudade é vulcão, cinza e fenda
Sonia Nogueira
Soneto lido no primeiro encontro da Academia dos Municípios do Ceará, após dois anos de isolamento literário.