O AMOR NUNCA TARDA
Mãe, eu certamente nunca consegui amá-la como você me amou!
Não que eu tenha sido ingrato, não que não a tenha amado de fato,
mas meus sentimentos por ti, eu nunca deveras demonstrei
Por isso neste Dia das Mães, lhe faço uma retratação
Já que nunca fui capaz de refletir no meu coração,
o amor sentido e que deveras ainda sinto.
Permita-me então revela-lo pois todo sentimento é labirinto,
E tão complexo e distinto para quem vive desatento
Ainda mais agora, que separação não me permite ver-te nos olhos
Para falar dele, pensei em usar o sol, as estrelas,
O poder de Deus ou tudo que poetas escreveram
E que os filhos pelo mundo, repetem sem cessar!
Mas, este não seria eu...!
Pois meu amor é diferente, é carente, com viés de dor
um tanto sem chão e que não combina com nada,
Muito menos com os campos amargos, do seio da compunção
Talvez só mesmo as lágrimas que tenho derramado,
Quando sua falta me faz voltar ao passado
Poderiam lhe dizer o que é este amor!
Porque para falar dele e seus fervores
sinto que palavras ainda não existem
Nem as estações poderiam reproduzir suas cores
Talvez só em sonhos, pudesse fazê-la chegar aos seus ouvidos,
já que é descomedido, daqueles que inundam o peito
Que se não mostrado, devo ser sentenciado, pela falta tato e de jeito
Assim soa, eu sei, um tanto tardia e meio piegas, esta minha elegia
Mas saiba que o tempo que tudo altera, não mudou meu coração
Apenas aumentou minha saudade e roubou minha alegria
Porém, como teu filho sei que não importa onde estejas,
Através do seu amor, que é ainda maior, tu me lês, me ouves e me beijas
E certamente já me deste o vosso perdão!