Paulo Henrique Ganso

 

Pousou nas Laranjeiras como um cisne elegante com um bico volumoso e estreito à procura da grama para matar sua fome. Todavia, não se obtinha ritmo em seu novo habitat, pois suas características não eram entendidas pelos seus treinadores e havia a vontade de um dia poder desfilar em sua noite de gala. Em meio a uma pandemia, um nobre curador o tinha em suas mãos para utilizá-lo em prol de uma legião de guerreiros. O seu espírito de companherismo contribuiu para que houvesse a resiliência da fênix, a ave que canta e das cinzas se levanta. E foi se lapidando pelos deuses do futebol a grande noite que Ganso com sua penugem verde, grená e branco exibiria os melhores momentos da arte chamada "futebol". Sua movimentação na luxuosa relva do Maracanã era um colírio até para os olhos da multidão rubro-negra. Era difícil roubar-lhe a pelota, pois seus pés localizados para frente em comparação a outros jogadores impediam o bote preciso do adversário. E foi numa bela jogada que o maestro dominou elegantemente um tijolo que lhe fora enviado e o transformou numa preciosa esfera que rolou para os pés do dançarino que incorporou Ivair, "O Príncipe" dos anos 70 e maliciosamente entregou ao matador argentino para que o "L" fosse falado em libras ao ser tocada no fundo da rede do gigante de rosa. Era o triunfo do clube tantas vezes campeão e desta vez, graças ao talento da arte de Ganso.

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 12/04/2022
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