Dia da água
Magoaram-te, água bela?
Nem meu choro da janela
Vai tirar seu sal com mel
Nem meu sonho de papel
Num barquinho desmanchado
Vai limpar o seu caminho
Poluído, derrubado!
Nem a flor de assunção
Vai levar pra ti a unção
Da abelha,
que de doce
Com a sede já quedou-se
E o orvalho que a mim trouxe
Essa sina que carregas
Entre as feras que tu regas
Numa chuva, que te turva
Nessa curva ao pé da serra