A DOR DA DESPEDIDA
Eu vos amo mais que tudo nessa vida.
Nada vai nos separar,
não importa o que temos que suportar.
Sem você, minha vida é órfã de essência,
perde o seu brilho e se transforma num grande vazio.
Eu vos amo de verdade e você sabe disso.
Embora muitas vezes chegamos a divergir,
mas foi porque nos preocupamos um com o
outro e porque sofremos um pelo outro.
Você sempre foi tudo para mim,
mesmo que em alguns momentos não tenha demonstrado.
Foi porque tentei disfarçar, prevendo no futuro,
uma separação dolorosa,
mesmo compreendendo ser temporária.
Lamento tanto a chegada desse momento,
talvez porque não me preparei a contento.
Parece que essas coisas nunca vão acontecer
com a gente e quando acontece,
a realidade é muito dura.
Jamais imaginei conseguir viver em sua ausência.
É evidente, que por entender as razões da vida,
continuarei a viver, mas, por você,
sabendo que em algum lugar,
ora e olha por mim.
Que daqui prá frente, minhas lutas e conquistas
serão prá você, orgulho, honra, a alegria que
não pude lhe dar nesta vida.
Como súplica, lhes peço, onde estiver
não me abandone, jamais me recuse,
o carinho, o afeto, o colo
que me confortava nas horas de dor.
Não me deixe sem o beijo
que muitas vezes me iluminou
e que era a esperança prá seguir.
Não me deixe sem a palavra
que docemente saia de seus lábios
prá me confortar.
Finalmente, prometa-me voltar,
mesmo na rapidez de uma estrela cadente,
para comprovar que estarei aqui,
tentando fazer por merecer e receber um abraço,
que não somente matará a saudade,
mas que nos fará reviver nossos laços de amizade.
Uma amizade tão pura e tão sincera,
que se transformou em amor,
amor verdadeiro e sem limites.
Juntos contemplamos tantas primaveras,
trocamos energia e calor,
vivemos uma vida digna e tão feliz.
Perdoe-me por não ter feito mais.
Acredite, tentei mas não fui capaz.
Reconheço que fracassei, mas lutei, como lutei.
Sei o que diria, se estivesse do meu lado,
se visse que deixei algo a fazer.
Me cobraria e como incentivo
ironizaria: “a vida é dura para quem é mole!”
Nesta despedida, prefiro não dizer adeus,
mas até logo, até breve.
Que os anjos do senhor
Nos abençoem.
Meu coração está partido,
chorando baixinho na verdade.
Sentindo uma tristeza ferver
e algo que não consigo explicar, tocando
fundo minh’alma pecadora,
que está de luto, que está sofrendo.
Ah! Senhor,
criador de todas as coisas,
dai-me compreensão e amor.
Fazei-me suportar
e ser digno de tua bondade.
Dai-me paz e esperança,
que um dia, sagrado dia,
poderei alcançar a tua graça.
Luz, que me fará enxergar,
que sempre amei e me dará
a oportunidade de ser feliz,
realmente feliz.
Homenagem ao avô materno Antonio de Almeida