L de Lolo e de Laura
(com amor)
Em 12 de abril na década dos anos dourados
Nasceu a terceira Maria,
Peculiar, ela, invertebrada, fazia estrelas no chão,
Também vinha da escola rabo de cavalo balançando, e sobrava bolsada nos moleques que a importunavam,
Mamãe me chamava para assistirmos da janela, morrendo de rir,
Ela sempre fez rir nossa mãe, a quem dedicou absolutamente todo o amor em vida.
Sensível e passível de compaixão foi voluntária na APAE, e voltava todos os finais de tarde com os grandes e expressivos olhos molhados, e chorava todas as lágrimas,
mesmo assim,
cumpriu o estágio até o fim, e soubemos, abraçava as crianças e cantava e dançava com elas.
Espontânea, não envelheceu nem enferrujou a amabilidade e o ser solidária, apesar de
Sarrista, preparava/prepara presentes impensáveis e engraçadíssimos para nos divertir: os do Nando e para o papai, os melhores!
Em Buenos Aires, onde desenvolvi parte de meu estudo de tese, sozinha com Marlene, a babá da minha bebê, esta, afilhada deles, ela foi me visitar e emocionada com a simplicidade do meu quarto, botou lá uma piscina que cabia no banheirinho e fez a alegria e conforto da sobrinha nos dias de inverno quase insuportável naquele ano. De quebra, me levou para o único passeio que tive naquela temporada: um show de tango com jantar. Foi maravilhoso e inesquecível. Obrigada padrinhos!
Mas a vida exige mais que coragem, às vezes exige evisceração. Deus ou Lúcifer, a testou duramente, em verdade, a nós todas que o amávamos tanto
Marcada, marcados todos, contou com o amor da mãe, que a sustentou como um alicerce.
Reergueu-se porque viveu todo o luto, e, porque a fazer estrelas no chão, herança dela, havia uma menininha, que amava o Dr Abobrinha e falava para o deleite do pai: quero “picolé de piuí” (kiwi na linguagem dela).
É muito amor envolvido (essa é do mestre Moa).
Amo vocês duas. No more tears!