Maria de Cada um

MARIA DE CADA UM:

Nesta vida e nesta terra, a gente nunca desvia,

Do tributo, nem da morte, nem de uma tal MARIA.

É MARIA minha mãe, é MARIA nossa tia; é MARIA mãe do Zé, batizado de Zé MARIA.

Some a MARIA prefeita, a MARIA calada, a MARIA imperfeita, a suspeita e a desbocada.

E neste ambiente latino, em cada canto pari um menino, filho de dona MARIA, cujo pai nem imagino.

É tanta MARIA no mundo, que é impossível viver sem elas; cada qual com sua história, sua sina e sua glória.

E o nome se complementa: MARIA das Dores, MARIA dos Remédios, MARIA Benta; MARIA Bonita, MARIA do Socorro, MARIA do Bairro e MARIA do Morro.

Penso que na cabeça, trabalham várias MARIAS: uma que nos ensina, outra que nos consola, e mesmo a que nos fascina, ao tempo em que nos enrola.

Um caso de amor ligeiro, foi com MARIA do norte; despediu-se de Raimundo, em seu caminhão de transporte; foi se embora pra Guaianazes, e de lá não teve retorno, deixando a pobre MARIA, abandonada com a prole no forno.

Não dá pra entender os fatos, por vezes, não faz sentido; a matemática dos atos, não se apura como devido; o que é de ruim não se apaga, e que é bom não se soma; a mão que afaga é a mesma que toma.

A vida é feita de pouca lógica e muitas MARIAS, excesso de lutas, com escassas alegrias.

Adriano Peralta
Enviado por Adriano Peralta em 29/12/2021
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