Milton Afonso Cem Anos
I
Na Nova Lima, a cidade;
Em um 12 de dezembro
Nasceu forte e fez-se membro
Ativo da Humanidade!
Presente de Deus e herdade...
De José Afonso, Filho,
E dela que lhe foi trilho:
Dona Genebra Soldani,
Mãe das boas! Não se engane:
Foi daquelas que têm brilho!
II
Desde muito pequenino
Apesar do sofrimento,
Não se dava pro lamento!
Não se atinha ao desatino
De reclamar do destino.
Tinha seu sonho na mente:
O tornar-se diferente
Com a ajuda do Deus vivo,
Pois Deus torna exclusivo
Quem confia e segue em frente!
III
Casa sem água e modesta.
Sem banheiro, necessário,
Pois com parco numerário
Não dava pra fazer festa.
Mas a fé ali atesta
Que, com gana e galhardia,
Milton Afonso seguia
Como alguém que cedo luta
sem ter medo da labuta
Dando a Deus a primazia.
IV
Registrado aos treze anos,
Bem antes vendia doces
Dessa forma sobrepôs-se
Sem se dar aos vãos enganos
Que fazem morrer os planos.
Gostava de ler e ouvia
As notícias que faziam
Seu peito sentir a dor
Do mundo parco em amor,
Mas a fé fortalecia...
V
Logo estava adiantado
Perante os demais colegas.
Muito além das velhas regras,
Foi logo matriculado
Na quarta série, o danado!
Ganhou de um padre o presente:
Sacra Bíblia e, contente,
Lia, de Deus Escrituras,
Fontes de fé nas agruras
Que o guiava a ir em frente!
VI
Sua mãe quem decidiu
Que ele fosse ser bolsista
no Colégio Adventista.
Para lá ele seguiu
E, sem medo, persistiu,
Pois tão pálido e franzino
Lhe apelidaram: “pepino”.
Milton não chorou por isso!
Tinha em si o compromisso
De trilhar melhor destino!
VII
Quando tinha dezesseis
Foi batizado Cristão!
Decidiu no coração
Fazer como Jesus fez
Agindo com sensatez,
Pois, dali pra frente, o plano
Era tirar do engano
As pessoas que sofriam
E sem Deus, sim, pereciam;
Vítimas do Vil tirano!
VIII
Já na Universidade
Se tornou líder político
Num momento tenso e crítico
Agiu com sobriedade
Exercendo a hombridade,
Mas no DOPS foi detido
Maltratado e oprimido
Quinze dias em perigo,
Porém Deus lhe deu o abrigo
E saiu fortalecido!
IX
Conseguiu realizar
O sonho acariciado
De tornar-se advogado!
Pro Rio foi se mudar
E nova vida buscar.
No bonde, a condução,
Viu parar seu coração
Ao ver a mulher mais bela
Como em cores de aquarela...
E nasceu sua paixão!
X
Arlete da Silva é
O seu grande amor eterno!
Num mundo muito “moderno”
Juntos viveram até
Onde lhe levaram fé,
Amor, Graça e união
Com o senso de Missão!
Celso e Carlos lhes nasceram;
Neide e Paulo floresceram...
Filhos, de Deus, presentão!
XI
Fundou Golden Cross, empresa
Que mostrou ter no Brasil
Gente sem temor servil
Que não prima por riqueza,
Mas a tem por natureza
De quem guarda os Mandamentos
Do Deus que dá o sustento
E ainda leva para o Céu
Todo o que lhe é fiel
Mesmo em meio a vis tormentos...
XII
Investiu na Educação
De dezenas de milhares;
Ajudando muitos lares
Despidos de condição.
Melhorando, assim, Nação
Tão sofrida e explorada,
Mas que teve a mão alçada
Desse nobre homem raro
Que, sem medo, até declaro
Ser herói da Pátria amada!
XIII
Com afinco e grande amor
Fez avançar o Evangelho
Tendo Cristo por espelho,
Exaltando-O por Senhor
Dando a Ele o bom louvor!
Investindo sem receio
Usou todo honesto meio,
Para anunciar Verdade
E, da Volta, a brevidade...
De todo Cristão, o anseio!
XIV
Homem humilde e gigante
Tem apoio da Laurinha
A quem chama de madrinha
De quem tem levado adiante
A Mensagem relevante
De que Cristo logo vem
Nos levar à Pátria além.
Milton Afonso é modelo
De quem com fervor e zelo
Fé no Deus vivo mantém.
XV
Hoje um século completa.
Ano passado perdeu
Dona Arlete e, sim, sofreu,
Mas a morte não lhe veta
Tem Ressurreição por meta
Quando a verá outra vez
Saudável, com jovem tez
E dará infindo abraço
Sem temer tempo e o espaço
Em Mansão que Deus Quem fez.
XVI
Aqui pauso a homenagem
Mas Deus há de completar,
Pois o Dia vai chegar
E quem enfrenta a voragem
Desse mundo com coragem
Há de ver belo cenário:
Cristo vem do Santuário
Nos buscar! E nesse ensejo!
Em meus versos lhe desejo
Um Feliz Aniversário!