FEMINICÍDIOS
FEMINICÍDIOS
A minha pequena querida, amante perdida
Proveniente de entre mil estrelas cadentes
Ela, nem sei por que, hoje ainda é menina
Idosa, adolescente. O coração mero singelo
Pubescente talvez, sem ela mesma querer
Não se interessou crescer intelectualmente
Decerto sua psique feminina não tenha tido
Interesse em sair do portal da fantasia para
Não sentir a agonia que é viver a realidade
Dela nesse mundo decadente. Seus desejos
De carne, em carne viva, que outra afinidade
Teria fora da alma e do simulacro e emoções
Que mal compreenderia??? Represada desde
Cedo assombrada por nebulosas que um dia
Longínquo talvez houvesse cruzado: medo,
Ainda se sentia amedrontada por ter passado
Próxima de tempestades solares que ainda ñ
Compreendia. Sem minha penetra ação em
Sua carne de fantasias quem mais poderia
Saber despertá-la de seus sonhos e propor
Que sentisse alguma tangível alegria???
Quem mais poderia saber de seus portais
Da frágil existência nos anais e crônicas
Arquivadas em melodias das quais ñ mais
Guarda na memória envilecida por esses
Dias e noites, madrugadas frias, acusada
Pelo clero de feitiçarias. De q mais tortas
Memórias se lembraria??? Quantas luas
Migraram para dentro de seu olhar vago
Cativadas lembranças que nem saberia
Dizer que existiam. Quais dias gravitou
Grávida de uma outra vida. Para que a
Este mundo a trazia??? Quanto mais não
Houvesse resposta, para fazer companhia
A seus medos de ficar sozinha sem Norte
Sem noite, sem dia. Talvez uma vez tenha
Sonhado em se casar virgem com aquele
Pastor de cabras, no mundo onde houvesse
Quem a quisesse abraçar entre braços que
Não a intencionassem estuprar. Quem mais
Poderia amar toda essa sua fragilidade
Os conflitos com a parentela ela nem
Nunca jamais pensaria em se questionar
E à de grata ação q ainda deveria mostrar.