Rubens Rêgo - Carisma, Talento e Simplicidade
Rubens Rêgo – Carisma, Talento e Simplicidade (in memória)
Sendo o terceiro filho do casamento de Dª. Flaviana com o saxofonista Constantino Rêgo, Rubinho que era adepto de uma boa leitura – sempre tinha um livro de romancista brasileiro em sua cabeceira – teve cedo também o despertar para a música e seu instrumento predileto foi violão. Deu os primeiros acordes incentivado pelo Aécio que levou à sério os ensinamentos de nosso Pai e nos deixou uma brilhante carreira profissional. Depois de passar pelo Conjunto do Sr. Constantino “Mirins do Rítmo” onde apresentávamos em festividades, casamentos, barraquinhas, Rubinho já rapazinho, ingressou na Escola de Iniciação Musical para Jovens no início dos anos 60, dirigida pelo saudoso mineiro Baependiano, Elias Salomé. Este maestro, com seu grupo de moças e rapazes, preenchia as tardes de sábado em um programa de auditório exibido pela extinta TV Itacolomi, aqui em Belô. Rubinho fazia parte da bandinha chamada “Bando dos Cariúnas”.
Um belo dia (padrão para se começar uma estória), surge na Renascença um cara de nome Eduardo Araújo ao lado de um amigo chamado Iberê e convidam Rubinho para formarem um Trio de voz, guitarras e baixo.
Eram do Alto Barroca – bairro de classe média Alta na região Oeste de nossa Cidade de Belô.
Chegaram a tirar um sonzinho na Cidade por aí, mas o tempo para Eduardo Araújo, um rockeiro, de chapelão de palha na cabeça, bem nascido, filho de fazendeiro paulista, apaixonado por criação de cavalos, não era o mesmo para Rubinho e Iberê.
Queria sucesso rápido.
Largou os dois pra trás, partiu para o Rio de Janeiro e num tilintar de dedos já aparecia nas telas da TV no programa ”Hoje é Dia de Rock, isto em 62. Com pouco tempo já estava entrosado com o pessoal da jovem guarda.
Sua mais famosa música foi “Ele é o Bom” (meu carro é vermelho, não uso espelho pra me pentear...)
Rubinho falou: bem, como não sou filho nem de papai, nem de mamãe, cavalo eu nunca vou ter.
Mas um dia poderei Zé, pelo menos cuidar de animais.
Esse negócio de tocar é muito aparecido.
He, he, he. Tenho pra mim e agora pra vocês que foi aí que surgiu a inspiração nele para estudar medicina veterinária.
Lá pelo meio do curso, precisando de dinheiro - apesar de ser uma escola federal – ele recorre de novo à música.
Entra pro Conjunto Nazário Cordeiro que acabara de sair do Conjunto do Célio Balona pra formar o seu próprio.
Só que Rubinho teve que tocar contrabaixo eletrônico, já que Nazário era guitarrista.
Me lembro das Horas Dançantes com eles no palco, na sede do Esporte Clube Renascença, ao lado da casa de mãe.
Vida que segue, um dia Rubinho forma. Ingressa concursado na Emater e começa a trabalhar.
Uma temporada morando numa cidade, depois n’outra e assim foi. Ni qui sobrou um tempinho extra, conhece Maria das Graças e...
não deu outra - casam-se. Logo vieram os filhos Luana, André, Eugênio e Cesar, hoje com famílias constituídas e todos, com a mesma simplicidade peculiar da Mãe e do Pai.
Agora mesmo acabo de ler aqui na Regolândia – (grupo de whatsapp da família) – as palavras de um de seus filhos – o Cesar – que reunidos com irmãos estavam revendo álbuns.
Diz Cesar: “estávamos lembrando do Pai - que pelo menos pra nós filhos - era um grande músico”.
Vejo aí que ele está nos pedindo licença para apreciar uma das muitas qualidades do Pai.
Meu querido Cesar! Vocês já nasceram com permissão permanente.
Tem mais é que curtir mesmo, aquele que da melhor forma, lhes serviu como forte referência.