Wilheim Worringer e os espaços fluidos

Deleuze estava convencido que Worringer dera proeminência fundamental a linha abstrata ou primitivista vendo-a como o princípio da arte e da primeira expressão da vontade artística. Arte como máquina abstrata. Perseguindo a investigação, Worringer publicou Forma em Gótico, uma investigação psicológica de estilo, apresentada por ele como uma sequência de Abstração e Empatia e Deleuze também leu Forma em Gótico e o citou repetidamente a partir da tradução francesa: ”Das profundezas do tempo vem para nós o que Worringer chamou de linha abstrata e infinita do norte, a linha do universo que forma laços, tiras, rodas e turbinas, uma total ‘geometria vitalizada’ elevando-se para a intuição das forças mecânicas, constituindo uma poderosa vida inorgânica”. O que diferencia a linha nomádica da ornamentação clássica são paradigmas da velocidade, da proliferação e da aceleração da transformação, que são todos característicos do espaço suave. Em tal espaço, a linha é livre de propósitos representacionais, bem como está desassociada das leis da métrica; assim como desvinculada das leis métricas; como tal, ela é liberta da simetria clássica, da repetição do motivo, e das estriações das coordenadas racionais. Todas essas características pertencem a arquitetura renascentista, que compõe a arte estável, clássica e “orgânica”.