Em tempos de dor e desamor
Em tempos de pouca saúde e sanidade
Querem nos roubar o carinho, a paz e o amor
Nos tirar até, o perfume de uma flor
Sua beleza, magia, seu frescor
Nos privar do voo da linda borboletinha
Rumo ao céu, ao infinito e a liberdade!
Dedico este poema a grande e maravilhosa poetisa:
FERNANDA XEREZ
O sorriso das borboletas
Pranteiam, flores rosadas
Verdes bosques, sentindo
Até mesmo verão pressentiu
Fria, as águas dos rios
Silêncios outonais na madrugada
Cadê borboletas sorrindo?
Lacrimejam, demais enfloras
Gotejando sereno caindo
Duma dor que não se entende
Se lê, se vê, mas não se compreende
Porque, toda natureza chora!
Onde estão...?
Cadê borboletas sorrindo?
Se antes, relvas varriam estradas
Hoje chuviscas poucas, pouco caindo
Onde se escondeu ventana e bruma sincera
Porque nascem manhãs, sem primavera?
Se assemelhando, ...de invernadas
Apareça sol ameno, lua cheia e de prata!
Cadê borboletas sorrindo?
Gemem linda e castas, rastejantes caladas
Vão e vêm, sem saber se vir, se partindo
Choramingam juntos, animais todos e beija flores
Esboçando baixo, voando rasa suas dores
Procurando selva, seiva, minguas floradas
Mas...
Cadê borboletas sorrindo?
Unidas soluçantes estão, fauna e flora
De restos de brotos e abrolhos, sucumbindo
Mares sonsos, toscos e turvos sem sol
Tardes flébeis, antevindas noites sem arrebol
Adormecido encanto, no canto da passarada
Cadê borboletas sorrindo?
Prometidos em tempo, alentos dos céus
Em saga predestinada, desatinada seguindo
Nas asas miúdas de uma andorinha mensageira
Que quis ser porta voz, se fazer bendita e primeira
Fazendo voltar reflorir e sorrir borboletas
Regozijando o vasto universo da natureza
Marcando a volta triunfal da estação,
Primavera!